À QUEIMA-ROUPA

Correio Braziliense
postado em 20/11/2021 00:01

Você quer ser candidato ao governo do DF? Por quê?

Quero ser candidato porque existe um vazio político no DF nessas eleições. A população, e eu me incluo nisso, não se vê representada pelos atuais candidatos, especialmente aquela parcela comprometida com a justiça social. A miséria, hoje, é uma realidade no DF, e é preciso que alguém se apresente para disputar o Buriti com a pauta prioritária de assegurar direitos básicos a qualquer cidadão. Tenho certeza de que o programa político que defendo ecoa e se conecta com o sentimento de quem deseja ver um governo que realmente defenda a qualidade dos serviços públicos, como saúde, segurança, transporte e educação. Infelizmente, assistimos o governador Ibaneis (Rocha) reduzir todos esses serviços a moeda de troca e negócio.

O partido também tem nomes como Maninha e Toninho, sempre cotados para disputar o Buriti. Você terá o apoio do Psol para esse projeto?

É importante ressaltar que não estou pleiteando uma candidatura avulsa: meu desejo é ser candidato a governador do DF pelo Psol. Isso significa a busca pelo envolvimento de toda militância partidária, pela construção em todas as regiões administrativas do DF e Entorno, levando em conta as diferentes pautas nas quais o partido empenha militância e luta política cotidianamente. Minha pré-candidatura ao GDF passa pela busca do consenso interno e, inclusive, pela busca de outros partidos que estejam dispostos a somar em uma frente de esquerda para derrotar Bolsonaro e Ibaneis no DF. Tenho orgulho de construir uma política pautada no diálogo e no debate leal, e isso se manifesta nas boas relações que cultivo com os diferentes agentes e grupos do Psol. Até agora, não há outros nomes apresentados no partido, e nenhum grupo se posicionou contrariamente à minha candidatura. Além disso, o congresso distrital referendou meu nome como coordenador da construção do nosso programa, a ser apresentado em 2022.

Em 2022, você terá 32 anos. Será o candidato mais jovem das eleições. Acredita ter experiência de vida para administrar o DF?

Idade tem a ver com experiência, mas não é uma condicionante. É possível ter 30 e poucos anos e muita vivência política ou ter 70, 80, sem nunca ter se envolvido em processos políticos. Adianta ter experiência se ela se dá com quase três décadas como deputado federal sem ter feito nada de relevante para a população brasileira? Tendo orquestrado seus mandatos em função dos interesses particulares, do enriquecimento próprio e da inclusão dos seus filhos na política eleitoral? Adianta ter a experiência do Ibaneis, que fez política a partir do Judiciário durante décadas, um local que, teoricamente, não era para ser instrumentalizado pela política, e, depois, entrar como governador, carregado das piores práticas e dos piores vícios? Acho que é preciso debater isso: que tipo de experiência queremos valorizar. Fui assessor especial da Casa Civil no Executivo (local), tive a experiência de assumir a função de assessor parlamentar no Legislativo, onde pude conhecer melhor a dinâmica da Câmara Legislativa. Então, tenho experiências institucionais. Mas tenho uma experiência de luta cotidiana na política que é o que mais me motiva a construir essa pré-candidatura. Fui e sou parte, por exemplo, da experiência pioneira de ocupação do Setor Comercial Sul com cultura e responsabilidade social. Além disso, neste momento trágico no qual vivemos, tenho tido a experiência de levar adiante grandes campanhas de solidariedade. Distribuímos cestas básicas para centenas de pessoas no DF ao longo dos últimos anos, criei uma campanha que fazia coleta e doação de celular, tablet e computador para estudantes da rede pública neste momento pandêmico, antes de o GDF ter qualquer campanha nesse sentido. Então, sim, experiência a gente tem, o que não tem é essa experiência viciada e cansada que as pessoas não querem mais ver à frente do Distrito Federal.

Para chegar ao poder, o partido precisa fazer alianças?

Para chegar ao poder, o partido precisa convencer a população do DF. Não acredito que o que definirá as eleições em 2022 será o tamanho das composições, o poder econômico, o tempo de TV ou os demais instrumentos da política tradicional. A população do DF é muito aberta politicamente: ao longo da nossa história, elegemos governantes de direita e de esquerda, e nossa tradição de não reeleger indica que a população é aberta a caminhos alternativos. Por isso, acredito que temos de ter coragem de propor alternativas que não estão postas hoje.

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