Poder e influência em jogo na eleição da OAB

Correio Braziliense
postado em 21/11/2021 00:01

Por trás do cabo de guerra na eleição da OAB, há mais do que a representação e a defesa das prerrogativas dos advogados. Vale indicações para vaga no STJ; no novo Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Minas Gerais; no Tribunal de Justiça do DF; e em outros assentos importantes de advogados na República. Quem vencer o embate tem força para indicar colegas de seus grupos para esses cargos. Não é pouca coisa. Nos estados e no DF, são os desembargadores do quinto constitucional da OAB. Os conselheiros federais vão decidir as indicações nos tribunais superiores, no CNJ e no CNMP. Sem contar os Tribunais Regionais Eleitorais e TSE, em ano de eleição. Poder e influência em jogo.

Advogados vão votar de forma digital pela primeira vez

Cerca de 40 mil advogados estão aptos a votar hoje na eleição da chapa que vai comandar a OAB no Distrito Federal pelos próximos três anos. Na última disputa, em 2018, 23.843 compareceram às urnas. Mas, desta vez, é esperado um eleitorado maior. O advogado pode — e deve — votar de casa, de forma digital. Sem tumulto, sem aglomerações. Quente mesmo foi a campanha, cheia de ataques de bastidores, denúncias apócrifas e fake news. E ainda chega na reta final numa guerra entre o candidato da situação, Délio Lins e Silva Júnior, e a adversária Thais Riedel que se estendeu para todas as chapas.

Também presencial

A eleição é digital, mas a OAB-DF abriu quatro locais de votação presencial: no IDP, na 607 Sul; no Setor de Expansão Econômica de Sobradinho, Quadra 14, Lote 28; na Quadra 1, Conjunto B, Lote 320 do Setor Norte do Gama; e na QI 10, Lote 54 do Setor de Indústria de Taguatinga Norte.

Mandou bem

A eleição da OAB em todo o país abriu o debate sobre a participação de mulheres e as cotas raciais na composição das chapas que concorrem e vão administrar a entidade, que é muito mais do que um conselho representativo de advogados.

Mandou mal

Como em toda disputa eleitoral, a corrida para a presidência da OAB-DF foi marcada, neste ano, por embates rasteiros de bastidores, fake news e acusações apócrifas nas redes sociais que confundiram os eleitores, advogados.

Enquanto isso…

Na sala de Justiça

O presidente da Frente Evangélica da Câmara dos Deputados, Cezinha de Madureira (PSD-SP), vai promover um jantar, amanhã, de apoio a André Mendonça. O ex-chefe da AGU aguarda há quatro meses pela sabatina no Senado, barrada pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Para destravar essa nomeação ao STF só com muita reza brava.

Convidado

O Lide Mulher Brasília recebe, amanhã, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para uma apresentação sobre o tema: "O Ministério da Justiça e Segurança Pública: Estrutura, desafios e resultados". Será um almoço no Hípica Hall.

Histórias de mulheres

Será lançado em Brasília, na próxima terça-feira, o livro Princesas de Maquiavel: Por mais mulheres na política. Trata-se de uma coletânea de 26 artigos, organizada pela cientista política Juliana Fratini, que conta as diferentes vivências de cada autora driblando machismos e misoginias para chegar ao poder e ao reconhecimento. Juliana Fratini reuniu lideranças femininas dos mais diversos espectros ideológicos. O único homem entre os autores é o ministro Luís Roberto Barroso, coautor junto a Julia Rocha de Barcelos, assessora da presidência do TSE. Entre as autoras, estão: a empresária Luísa Trajano; as presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do Podemos, Renata Abreu; as senadoras Simone Tebet (MDB-MS), Leila Barros (Cidadania-DF) e Mara Gabrilli (PSDB-SP); e as deputadas federais Adriana Ventura (Novo-SP), Iracema Portella (PP-PI) e Joice Hasselmann (PSL-SP).

Aposta em Doria

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apostou na vitória do governador de São Paulo, João Doria, nas prévias tucanas de hoje contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e contra o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Ontem, Izalci foi o anfitrião de um jantar em casa, em que Doria reuniu aliados para tratar da disputa. Se Leite vencer, será ruim para o senador do DF, que trabalha para ser candidato ao governo.

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