ACESSIBILIDADE /

Barrado no metrô com cão de serviço

Jovem diagnosticado com Espectro Autista (TEA) precisa da companhia do cachorro Atlas. A companhia de transporte nega que ele tenha sido impedido na estação

Ailim Cabral
postado em 22/11/2021 00:01
 (crédito: Instagram/Reprodução)
(crédito: Instagram/Reprodução)

O que deveria ser o simples exercício de locomoção do jovem adestrador Arthur França, 22 anos, acabou se convertendo num episódio de constrangimento e desrespeito. No sábado, por volta das 12h, ele foi abordado na Estação Central do Metrô-DF (Rodoviária do Plano Piloto) por estar acompanhado do seu cão de serviço, chamado Atlas, como havia feito diversas vezes. O rapaz foi impedido de ter acesso ao transporte público pela presença do animal.

"Precisamos mostrar que não podem passar por cima da gente só por sermos minorias", asseverou Arthur. Ele conta que, por desconhecimento, costuma se deparar com limitações que lhe são atribuídas por possuir o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Num primeiro momento, ele foi impedido de entrar no elevador do acesso público. Os agentes do metrô-DF travaram o acesso, como ele contou nas redes sociais, pelo fato de estar acompanhado do cachorro da raça pastor belga malinois. O homem, que passa mal ao subir e descer escadas, explicou a condição, e salientou que tem acesso protegido por lei. Apesar de apresentar a documentação, o segurança não aceitou as evidências do direito. Arthur conta que entrou mesmo assim.

Num segundo momento, já nas catracas da estação, Arthur foi barrado por outro agente que pediu sua identificação. O acesso seguiu negado, mesmo com as apresentações de RG, crachá e cartão de vacinação de Atlas. Arthur também mostrou um papel com a Lei 6.637 de 2020 e o laudo médico dele.

Essa não foi a primeira vez que o usuário do transporte público foi barrado. No sábado, ele teve ouvir, incrédulo, do funcionário do metrô que o Estatuto da Pessoa com Deficiência não se sobrepõe às normas do metrô. O funcionário fotografou tanto o cão quanto os documentos do rapaz. "Acho que só consegui embarcar porque já tinha passado o cartão. O funcionário chegou a dizer que eu seria barrado outras vezes", contou Arthur.

Procurado, o Metrô-DF negou o episódio e informou que: "Como o Regulamento de Transporte de Tráfego e Segurança (RTTS) não prevê transporte de cão de serviço, mas de cão-guia, o segurança precisou checar as informações com a área responsável. Por esse motivo, o usuário precisou aguardar, mas o embarque foi autorizado".

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