SELO ENEM

Mais de 44 mil no primeiro dia de prova

Com taxa de abstenção de 25,3%, Exame Nacional do Ensino Médio ocorreu sem grandes intercorrências no Distrito Federal, apesar das fortes chuvas. Para professores, faltaram questões críticas e com temas atuais

Pedro Marra
postado em 22/11/2021 00:01
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A. Press)

Sob a forte chuva no Distrito Federal ontem, 44,4 mil candidatos saíram de casa para participar do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além desse grupo, que respondeu às questões no modelo impresso, outras 1,3 mil pessoas fizeram a prova on-line, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Somados os dois formatos,  houve 61,4 mil inscritos e 15,6 mil (25,3%) ausentes. Na edição de 2020, quando o teste foi adiado para janeiro devido à pandemia da covid-19, a quantidade de presentes na mesma etapa foi igual a 55,2 mil.

A prova do dia é composta por 45 questões objetivas de linguagens, códigos e suas tecnologias, assim como 45 perguntas vinculadas à área de ciências humanas e suas tecnologias. A etapa inclui a elaboração de um texto de até 30 linhas, cujo tema nesta edição foi "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil". A proposta da redação previa a construção de uma dissertação argumentativa sobre o assunto.

As provas foram aplicadas em 3.678 salas, em 183 locais de prova impressa e 16 do modelo digital, que incluem campi de universidades, centros universitários e de faculdades, além de escolas da educação básica. A Polícia Militar, responsável por monitorar esses locais, comunicou que não houve registro de ocorrências próximas aos endereços onde os candidatos fizeram o exame.

Na capital federal, o transporte público passou por mudanças no horário de operação e teve reforço da frota em circulação. Os ônibus extras que passam pelos locais de prova começaram a circular às 9h30, por determinação da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), e as linhas suplementares voltaram às ruas por volta das 17h, para atender aos candidatos que terminaram o exame. No caso do metrô, o modal funcionou das 7h às 20h. As mudanças continuam a valer no próximo domingo, segundo dia do Enem.

Transtornos

O Correio visitou alguns dos locais de prova. Por volta das 12h, chovia forte no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), o que provocou longo engarrafamento na região e atrasos entre os candidatos, que tinham até as 13h para chegar. Morador da Asa Sul, o servidor público Gabriel Anjos, 49 anos, levou a filha, Luiza, 17, para prestar o Enem pela primeira vez. Eles saíram de casa às 11h50 e chegaram ao endereço às 12h30. "Estacionamos longe porque a entrada é muito ruim. Só tem um portão aberto, com passagem de difícil acesso para veículos e sem estacionamento. É uma desorganização muito grande", criticou o pai.

Na preparação, candidatos ouvidos pela reportagem afirmaram que concentraram os estudos na parte da redação. Foi o caso de Nathan Braga de Fiore, 17, morador do Jardim Botânico que pretende usar a nota da prova para ingressar no curso de medicina em uma universidade pública. O jovem também fez o Enem pela primeira vez: "Treinei muito a escrita neste segundo semestre. Meu professor falava para estudarmos com diferentes repertórios e para vários temas", disse.

Depois da prova, os candidatos avaliaram o conteúdo do exame. Moradora do Itapoã, Hilary Rodrigues, 17, fez a prova on-line no Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) e considerou as perguntas desafiadoras. "As questões mais fáceis foram as de português. As demais estavam um pouco complicadas. No geral, achei o exame difícil", confessa. Para a redação, a jovem, que se forma no ensino médio no fim deste ano, estruturou o tema com base na busca pelo registro de documentos por quem está sem emprego. "Diariamente, eu tirava um tempo para estudar por duas horas alguns temas que meu professor de português pedia, como desigualdade social e saúde pública", detalhou.

Estudante do 1º ano do ensino médio, Felipe Cotrim, 16, contou que estudava, em média, três horas por dia desde abril e que se dedicava à solução de questões das provas anteriores. Quanto à redação, o adolescente relatou não ter enfrentado dificuldades. "Coloquei a questão da invisibilidade relacionada ao Estado não se importar com o indivíduo e citei o artigo quinto da Constituição Federal, que garante direitos básicos, como à vida e à liberdade", detalhou o morador do Lago Norte, que fez a prova como treineiro.

 

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  • Nathan Braga preferiu se preparar para a redação:
    Nathan Braga preferiu se preparar para a redação: "Treinei muito" Foto: Ed Alves/CB/D.A. Press
  • Estudando desde abril, Felipe Cotrim fez a prova como treineiro
    Estudando desde abril, Felipe Cotrim fez a prova como treineiro Foto: Ed Alves/CB/D.A. Press
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