Justiça

Defesa de Padre Robson pede que STJ julgue, primeiro, legalidade das provas

Em audiência com assessoria do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, defesa de Padre Robson alegou que análise do pedido de prisão só faz sentido após julgamento de recurso que questiona as provas juntadas no inquérito

Adriana Bernardes
postado em 22/11/2021 17:36 / atualizado em 22/11/2021 17:37
 (crédito: Facebook/reproduo)
(crédito: Facebook/reproduo)

Os advogados de defesa do Padre Robson, de Trindade (GO), tiveram uma audiência com a assessoria do ministro Benedito Gonçalves, na tarde desta segunda-feira (22/11), para tratar do pedido de prisão do religioso feito pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada.

No encontro, o advogado Cleber Lopes ponderou com a assessoria do ministro que o julgamento do agravo regimental interposto pela defesa ainda em agosto, questionando a legalidade das provas, se sobrepõe ao do pedido de prisão.

“Mostrei que não faz sentido examinar o pedido de prisão agora, se o STJ vai decidir daqui a pouco, sobre a legalidade das provas obitidas, ao nosso ver, de forma ilegal, com invasão de computadores e obtidas de maneira ilícita”, relatou Lopes.

O recurso no qual a defesa questiona as provas do inquérito está na pauta de julgamento do dia 1º de dezembro, segundo Cleber Lopes. “Se forem consideradas ilegais (as provas), não há razão jurídica para a decretação de uma prisão. A impressão que tenho é que vão deixar para examinar (o pedido de prisão) depois do julgamento deste agravo”, avalia.

Entenda o caso

O Padre Robson é acusado por supostamente ter desviado mais de R$ 100 milhões de doações de fiéis. O dinheiro era para ter sido usado na construção da nova Basílica de Trindade, mas o religioso teria comprado fazenda, casa de praia e um avião de pequeno porte. As investigações começaram em 2019 e são conduzidas pelo Ministério Público de Goiás. 

Os supostos desvios foram descobertos durante a Operação Vendilhões, que apurou uma denúncia do religioso que estava sendo vítima de extorsão após hackers terem descoberto relacionamento amoroso dele. Ao todo, Padre Robson teria desembolsado R$2,9 milhões para os chantagistas, dinheiro que, segundo o MPGO, saiu dos cofres da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), com sede em Trindade (GO).

Com a operação, cinco possíveis crimes foram investigados: apropriação indébita, falsificação de documentos, organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços diferentes, todos ligados ao sacerdote. Apesar disso, o processo foi bloqueado pela justiça.

Em 6 de outubro de 2020, o Tribunal de Justiça de Goiás arquivou a investigação contra o Padre Robson.  Em dezembro do mesmo ano, as investigações foram retomadas. Desde o início das apuração, o religioso foi afastado das atividades. 

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