O filho do homem que matou a esposa e o enteado pediu ajuda aos vizinhos antes de o pai cometer suicídio. O caso ocorreu na madrugada de segunda-feira, no bairro Parque da Barragem, em Águas Lindas (GO), Entorno do Distrito Federal. "Ele (o filho) saiu para pedir ajuda aos vizinhos, que acionaram a PCGO (Polícia Civil de Goiás)", afirmou ao Correio o delegado-chefe do Grupo de Investigação de Homicídio (GIH) da cidade, Vinícius Máximo da Silva.
De acordo com o investigador, o pai ainda ofereceu dinheiro para o filho fugir do local do crime, antes de o agressor tirar a própria vida. O suspeito morava com as duas vítimas que morreram. Segundo o delegado-chefe da GIH, seis pessoas estavam na casa no momento dos crimes: o agressor, identificado como Lucimar Alves Dias, 45 anos; a esposa dele, Irene Viana Dias, 47; o enteado Jaylson Paiva Dias, 11; o filho do acusado, 14; além de duas crianças, ainda não identificadas.
Em relato à PCGO, o adolescente disse que o casal tinha um relacionamento conturbado. No dia do crime, antes de o clima ficar hostil, os dois começaram uma discussão, porque a esposa não queria lavar as calças do marido, pois não tinha varal para secar as roupas. Lucimar, então, xingou a companheira e a empurrou algumas vezes. "O filho dele (Lucimar) tentou intervir, quando o pai falou que não aguentava mais ser humilhado", detalhou o menino.
Vinícius Máximo acrescentou que, após a discussão, o adolescente foi a um quarto da casa para tirar as duas crianças do imóvel e pedir socorro aos vizinhos, que chamaram a polícia. Os investigadores encontraram os três corpos, lado a lado. Irene apresentava diversos ferimentos provocados por faca, enquanto o filho e o companheiro dela tinham cortes no pescoço.
Relação conturbada
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta da 0h50 para atender a ocorrência. Quando chegou ao local, a equipe constatou a morte de Irene, Jaylson e Lucimar. Os vizinhos do casal informaram que a família era religiosa e que tinha acabado de chegar da igreja antes do crime. No entanto, destacaram que o agressor era "extremamente ciumento" e que a relação dele com a companheira era conturbada. O caso foi registrado como feminicídio e homicídio qualificado.
O delegado orienta que, em casos como esse, as pessoas telefonem imediatamente para a Polícia Militar, pelo número 190, ou para a Polícia Civil (197). "O conselho é tentar ligar o quanto antes e, dependendo da gravidade da ocorrência, não gravar imagens, para não incitar o agressor (a cometer mais crimes)", destacou Vinícius Máximo.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.
Tipos de violência contra a mulher
Física
Qualquer conduta que ofenda a integridade
ou a saúde corporal
da mulher: espancar, atirar objetos, sacudir,apertar os braços, estrangular ou sufocar, lesionar com objetos cortantes ou perfurantes, torturar, provocarqueimaduras ou ferimentos com armas de fogo.
Psicológica
Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima, prejudique e perturbe o desenvolvimento da mulher e vise degradar ou controlar as ações, crenças edecisões dela. Incluem ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, perseguição, insultos,chantagem, exploração, vigilância constante.
Moral
Conduta de calúnia, difamação ou injúria. Tais como: acusara mulher de traição, fazer juízo moral sobre a conduta dela,críticas mentirosas, expor a vida íntima.
Sexual
Qualquer ato ou tentativa de conseguir ato sexual com amulher, por meio de investidas, comentários sexuais indesejáveis.