Justiça

PM que chefiava esquema de agiotagem tem prisão preventiva pedida pela Polícia Civil

O sargento da PMDF é investigado por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. Durante a operação S.O.S Malibu, outras cinco pessoas foram presas, incluindo o pai e irmão dele

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pediu à Justiça do DF a conversão da prisão temporária em preventiva do sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Ronie Peter Fernandes acusado de chefiar um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro.

Além do PM, foram presos outras cinco pessoas, incluindo o irmão, o empresário Tiago Fernandes da Silva; e o pai dos dois, Djair Baia da Silva; e uma mulher apontada como “operadora financeira”, a nutricionista Raiane Campêlo. A PCDF também pediu a preventiva de Tiago.

Em nota oficial, a corporação informou que o pedido visa preservar a vida e a integridade física dos endividados e garantir a eficaz instrução, “evitando o desaparecimento de bens dados como garantia e bens que serão objeto de medidas judiciais.”

Operação S.O.S Malibu


Os presos foram alvos da operação S.O.S Malibu, deflagrada na manhã de terça-feira (16/11) pelos agentes da Divisão de Roubos e Furtos da PCDF (DRF/Corpatri). Segundo as investigações, o militar é suspeito de gerenciar um negócio ilegal que movimentou R$ 8 milhões em seis meses extorquindo pessoas.

De acordo com a apuração policial, a cobrança de quem não pagava as prestações do empréstimo em dia era feita por meio de coação e ameaças, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. Além disso, os valores da agiotagem eram ocultados por meio da aquisição de veículos de luxo, registrados em nome de terceiros, bem como por meio de quatro empresas de fachada, sediadas em Águas Claras e Vicente Pires.

PCDF/Divulgação - Carro de luxo estava na casa do pai dos acusados, em Samambaia


Os acusados usavam três empresas de fachada: uma clínica estética, uma lanchonete de fast food e um mercado da família dos acusados. “As empresas funcionavam como mecanismo de dissimulação, trabalhavam com a operação de uma série de contas bancárias para trazer aparência de limpo para o dinheiro”, explicou o delegado Fernando Cocito.


Em dois anos, o grupo adquiriu oito veículos da marca Porsche, cada um com valor aproximado de R$ 1 milhão. Durante a operação, três veículos da marca Porsche e um veículo BMW/X4 foram apreendidos. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. Também foram bloqueadas sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, com o bloqueio e sequestro de R$ 8 milhões.