Vector Produção e Planejamento

Reconhecimento internacional

Correio Braziliense
postado em 03/12/2021 17:31
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Com quase 36 anos de carreira publicitária especializada em política, tanto nacional quanto internacional, o brasileiro Ricardo Amado, sócio-fundador da Agência Vector Produção e Planejamento, recebeu três medalhas e um troféu no Napolitan Victory Awards. O evento é o mais cobiçado do marketing e da consultoria política, sendo considerado o grande Oscar desse ramo de atuação.

As premiações foram de melhor jingle, melhor campanha municipal, melhor campanha política e melhor propaganda política. Além disso, Ricardo Amado recebeu o título de melhor consultor político do ano em língua portuguesa. O evento ocorreu em Washington D.C., em novembro, e participaram convidados de 30 países.

Como o senhor ingressou na carreira de marketing político?

Eu trabalho em comunicação há pouco mais de 35 anos. E, paralelamente, eu sempre trabalhei com marketing político, de dois em dois anos, de quatro em quatro anos. A partir de uma certa altura, eu direcionei minha carreira para isso e tive a oportunidade de fazer campanhas importantes no Brasil e fora do país. Eu participei das primeiras eleições livres de Angola, em 1992; das eleições governamentais em Córdoba, Argentina, em 2003; em 2012, das eleições da República Dominicana, do candidato que se elegeu, Danilo Medina, e ficou presidente por dois mandatos; em 2015, fiz a reeleição de Pedro Passos, primeiro-ministro de Portugal. No Brasil, vou me estender demais se eu for falar, de tantas que eu já fiz. Mas, de dois em dois anos, eu estou atuando com a minha empresa. E o que me motivou a direcionar essa carreira foi poder exercer aquilo que a comunicação tem de mais interessante e mais belo, eu diria: estabelecer uma ponte entre as pessoas e o objeto a ser comunicado. O que me encanta, sobretudo, é poder contar essas histórias, fazer essa ponte de forma real, concreta, e aproximar a política da vida das pessoas.

 

Qual é o segredo para se
destacar nesse ramo?
E quais são os desafios?

O marketing político, à medida em que tem evoluído muito, incorporando novas tecnologias, novos instrumentais, trazendo o digital para dentro do seu escopo. Então, um caminho que eu busco traçar, eu faço isso na publicidade há muitos anos e creio que seja um dos meus diferenciais e da minha equipe, é fazer uma comunicação que toque, que emocione, que sensibilize as pessoas. Contar histórias reais, desenvolver storytelling, emocionar, sobretudo. Eu acho que esse é um dos segredos para se destacar nesse ramo que a gente participa. E entre os principais desafios, é saber que muitas vezes você está lidando com a total e absoluta falta de ética, com a verdadeira praga que se tornou a fakenews espalhada via meios digitais e com o terrível estrago que isso fez para a comunicação como um todo e, mais especificamente, para a comunicação política. E uma das maneiras de se combater isso é ter um posicionamento ético, é criar um movimento na classe, entre os profissionais de marketing político, que se oponha a isso e, sobretudo, não pratique isso. Esse é um dos principais desafios da nossa área, do nosso meio, da nossa profissão: combater o malfeito, servir a política sem os vícios da política.

Como o senhor avalia o 
reconhecimento do Napolitan Victory Awards?

 O Napolitan Victory Awards é um prêmio muito importante para a nossa área. Colegas do meio que costumam chamá-lo de o Oscar do marketing político. Essa última edição reuniu 30 países. Então, ser premiado é muito interessante. Nós, da minha equipe, ganhamos quatro prêmios, três medalhas e um troféu: melhor campanha municipal e melhor jingle do ano, com a reeleição do prefeito Darci em Parauapebas; e, com a campanha de Petrolina, ganhamos melhor peça gráfica e melhor programa eleitoral. E, além disso, eu fui eleito o melhor consultor político em língua portuguesa, o que me honra muito. Serve para valorizar não só o meu trabalho, mas de todos os profissionais de marketing político do Brasil, que, há muito tempo, contribuem para que o marketing político internacional tenha um padrão de qualidade, ético e de conteúdo. O marketing político brasileiro é de extrema excelência, se destaca sempre, e, agora, mais uma vez.

 
Como o senhor entende que o seu trabalho impacta o nosso atual cenário sociopolítico,
ambiental e econômico?

É fundamental que o profissional de marketing político tenha consciência, sim, sobre como o seu trabalho impacta no cenário sociopolítico, ambiental e econômico. É importante que ele tenha responsabilidade social, que não se deixe encantar pelo ligeiro apelo de apenas eleger seu candidato a qualquer custo. Ele precisa ter ética, critério e valores. Eu, por exemplo, pauto a minha vida, a minha profissão e a minha carreira e conduzo assim as campanhas que eu faço, a escolha das campanhas que eu faço, sob conceitos éticos fundamentais. Eu não trabalho para candidatos que eu não acredite nas intenções e que eu não possa contribuir na concepção do plano de governo, na construção de propostas que vão ao encontro das reais demandas da sociedade em todos os seus setores. Eu me orgulho de dizer que ajudei a eleger candidatos políticos que fizeram e estão fazendo a diferença em seus estados e países. Eu faço parte, como diretor regional do Centro-Oeste, do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp), entidade que surgiu em 2017 para resgatar a credibilidade e os valores da nossa profissão. Marketeiros existem muitos, mas profissionais sérios, que estudam e se aprofundam, que buscam entender de sociologia e psicologia política, se aprofundar em neuromarketing, existem poucos.

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