A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) identificou mais dois casos positivos da variante ômicron da covid-19. Ontem, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde-DF (Cievs-DF) coletou o teste PCR de um casal que retornou para Brasília na segunda-feira após uma viagem para Cancún, no México. As amostras foram sequenciadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF).
Os viajantes chegaram em um voo direto de Cancún para o DF e ingressaram na cidade com testes negativos, entretanto, a mulher decidiu fazer um novo exame, ainda na segunda, e o resultado foi positivo. Com isso, o DF contabiliza quatro casos confirmados da nova variante. Os dois primeiros pacientes vieram da África e já estão curados.
As amostras sequenciadas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz, referência pelo Ministério da Saúde, para validação. De acordo com o professor titular do Instituto de Biologia da UnB e Virologista Bergmann Morais Ribeiro, a medida é importante porque o sequenciamento que o Lacen faz é parcial. "Para identificar qual variante está presente no vírus, existe uma região no genoma, que é da proteína spike e precisa ser analisada. O especialista vai sequenciar somente esse pedaço, pois não há estrutura no Distrito Federal, até onde sei, para sequenciar em massa e de forma completa, por isso o resultado demora dias. Existe o exame PCR que detecta três tipos de genes do coronavírus, mas a ômicron tem uma peculiaridade: só funcionam dois", explica.
O homem, com faixa etária de 20 a 29 anos, e a mulher, de 30 a 39 anos, estão com sintomas leves e seguem em isolamento. Ambos estão vacinados com duas doses da Pfizer. O Cievs-DF aguarda uma lista, a ser encaminhada pelo Ministério da Saúde, das pessoas que estavam no mesmo voo para monitorar aqueles que se sentaram próximos ao casal.
Segundo a médica infectologista Ana Helena Germoglio, a variante tem uma mutação específica na região spike e isso preocupa as autoridades de saúde. "No caso da ômicron, a pessoa precisa de três doses para montar uma resposta imune adequada, pois ela possui uma transmissibilidade muito maior, principalmente entre a população não vacinada. Aparentemente ela não é mais grave, pois não não tem se mostrado tão letal como a Delta e a Gama", explicou. De acordo com a médica, as medidas de proteção como lavagem das mãos, utilização de álcool em gel, distanciamento social de 1 metro e receber o imunizante contra a covid-19 continuam essenciais.
A mais recente atualização da Secretaria de Saúde contabilizou 39 novos casos e notificou sete mortes provocadas pela doença entre os dias 15 e 30 de novembro, ontem. A capital do país soma 518.571 mil diagnósticos positivos e 11.084 mortes.
A taxa de transmissão do vírus no DF está em 0,90 — o que significa que cada grupo de 100 pessoas transmite a doença para, aproximadamente, outros 90 indivíduos. Ao todo, 2.091.894 completaram o ciclo de imunização com duas doses, aproximando a cobertura vacinal dos 82% para a população acima de 12 anos.
Em agenda ontem (leia abaixo), o Governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou com a imprensa sobre a espera pelo Ministério da Saúde para dar início à vacinação contra a covid-19 em crianças entre 5 e 11 anos. "Nós aguardamos o Ministério da Saúde para que a gente possa fazer dentro do plano nacional de imunização a vacinação das crianças a partir de 5 anos de idade", ressaltou o chefe do executivo.
O governador avaliou com bons olhos a possibilidade de aplicar as doses da vacina contra a covid-19 em crianças. "Eu vejo com uma boa expectativa,vamos ter que aguardar agora a formulação das doses da maneira como a Anvisa colocou", destacou. Até o momento, as doses do imunizante estão sendo aplicadas apenas em pessoas com 12 anos ou mais.
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