Ainda estamos sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus, mas o Natal de Jesus é celebrado, obedecendo aos cuidados sanitários necessários. A efusividade dessa festa e seu significado mexem com os crentes e com os não crentes. Impossível não nos sensibilizarmos com tão expressivo evento.
Trata-se de uma festa de caráter universal, que sensibiliza o coração dos que creem em Deus. O Natal está presente na Igreja, sempre envolto na luz e na realidade do mistério da nossa salvação, culminada no mistério da Páscoa.
Qual o significado, a mensagem e o sentido da celebração do Natal para os cristãos? O pano de fundo da celebração do Natal é a humildade, uma virtude tão cara aos povos em todos os tempos. A manjedoura de Belém, símbolo da pobreza e do despojamento acolheu, há mais de dois mil anos, um menino diferente: o homem Deus, Jesus Cristo, luz das nações.
"Et verbum caro factum est et habitavit in nobis" — E o verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). No Natal, os cristãos celebram o nascimento de Jesus. Não se trata de um personagem qualquer nascido no tempo do imperador romano César Augusto, mas do próprio Deus, que veio assumir a humanidade carente de perdão e redenção.
"Naquela Criança, envolvida em panos e recostada na manjedoura, é Deus que vem nos visitar para guiar nossos passos no caminho da paz", afirmou o Papa João Paulo II (mensagem Urbi et Orbi, 25 de dezembro de 2002).
Na gruta de Belém, explica Bento XVI, Deus se mostra aos homens como um humilde menino para derrotar a nossa soberba. Se Deus tivesse se encarnado envolto em poder, riquezas e glória, talvez o homem tivesse se rendido mais facilmente. Mas Deus "não quer a nossa rendição". Pelo contrário, "faz apelo ao nosso coração e à nossa livre decisão de aceitar o seu amor".
O nascimento de Jesus é um mistério de amor para todos nós, cristãos. Essa compreensão vem pela fé como iluminação do Espírito Santo. Na gruta de Belém, Deus se fez pequeno para nos libertar da tentação humana de pretendermos ser grandes. Quando nos deixamos levar pelo espirito de grandeza, somos tomados pelo orgulho e pela soberba que nos escraviza e nos impede experimentar a liberdade que nos leva a amar de verdade.
No rosto do Menino recém-nascido, contemplamos, como cristãos, a manifestação do amor de Deus. Em total desprendimento do próprio Deus, notamos que se tornou pequeno para encontramos o real caminho para melhor amá-Lo e compreendê-Lo.
Na celebração litúrgica do Natal, a Igreja se reveste do esplendor deste grande Mistério que nos impulsiona à busca da santidade e da profunda comunhão com Deus e com o próximo. Celebrar com o coração aberto este augusto Mistério nos leva à real transformação de nós mesmos.
Para acolher Jesus e seu Reino, precisamos ter um coração de criança. O presépio, bem contemplado, nos ajuda a alcançar essa bela virtude da humildade.
Abençoado Natal de Jesus a todos! Que cresça em nós as belas virtudes da humildade, da fé e do amor a Deus e ao próximo.
Dom Adair José Guimarães,
bispo da Diocese de Formosa
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