O Natal passou, e as lembranças ficaram

Correio Braziliense
postado em 26/12/2021 00:01
 (crédito: Jane Godoy/CB/D.A Press)
(crédito: Jane Godoy/CB/D.A Press)

A chegada das festas de fim de ano aparece no calendário de todo mundo, eu acredito, com uma ideia de esperança, de alegria, de reunião da família e dos amigos, brindes, mesas fartas, troca de presentes.

No entanto, nunca devemos nos esquecer do principal e mais importante foco, que é a comemoração da chegada de Jesus há mais de 2 mil anos, como todos sentem e sabem.

Tradições, rotinas, costumes, hábitos e maneiras de encarar são conhecidas no planeta inteiro, mas, dentro de nós, uma só imagem existe. Exclusiva. Patrimônio histórico de cada sobrenome, que identifica a origem de cada família. Então, vivemos e crescemos com essas imagens na memória, que povoam a todos nós das formas mais peculiares.

Sempre que alguém vem à nossa casa para apreciar a decoração natalina, acreditem, tem uma história para contar. O clima do verdadeiro e exclusivo Natal toma conta de cada um e, aí, a conversa sobre o tema vai longe, olhar perdido na saudade que o tempo deixou para trás.

Mas a alegria que se reflete nos olhos brilhando nos dão a certeza de tudo o que pensamos: cada um tem a sua história natalina para contar, e é isso que devemos trabalhar na mente de cada criança que nos cerca. Filhos e netos.

Eu, do alto de minha condição de avó, tenho a minha história para contar. Com riqueza de detalhes, que, apesar dos anos que se passaram (e que tentam pesar em mim), jamais se esmaeceram na neblina do meu tempo.

Aqui dentro, ainda está a nossa linda árvore de pinheiro natural (não existiam essas de hoje, tão lindas), que pareceria querer tocar no teto, com aquelas bolas coloridas que só de olhar se quebravam em mil pedaços.

Minha mãe, Lavínia, mulher habilidosa, desenhista e pintora nas horas vagas, não se conformando apenas com as bolas coloridas e frágeis, os festões ora dourados ora prateados, criava seus próprios enfeites.

Cartolinas, cola e tinta guache reinavam sobre a mesa da copa por alguns dias. O resultado, claro, não podia ser melhor e mais eficaz: estão, aqui, no mais recôndito de minha memória. Mas, estão! Ao contemplar esta foto antiga, com meus pais e irmão, estrelinhas e anjinhos pendurados foram feitos e pintados por minha mãe...

Então, hoje, para imprimir na memória natalina de meus netos, a nossa árvore tem quatro metros de altura, e tudo o que ela tem direito, inclusive, algumas bolas fragilíssimas que eu guardo com o maior carinho e cuidado.

De uma coisa eu tenho certeza: Bernardo e Guilherme terão, para sempre, uma história de Natal para contar. E a vovó, já ao lado do "vovô Jajá" (que partiu antes da hora para nós, mas segundo a vontade de Deus), estará se certificando de que valeu a pena transformar a casa no mais fascinante recanto do Papai Noel, em quem eles acreditavam com todo o fervor de uma criança.

Feliz Natal a todos que gostam de sonhar e acreditar no seus sonhos.

Jane Godoy

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