"Leve", "de fino trato e alta responsabilidade social". É assim que Jorge Cavalcante, um dos grandes amigos de Marco Antônio Dias Pontes descreve o jornalista e pioneiro de Brasília falecido na terça-feira, aos 80 anos. O velório será hoje, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A cerimônia vai das 9h às 11h, na Capela 6.
O jornalista estava internado no Hospital Brasília (Lago Sul) onde retirou um tumor no intestino, descoberto no início de dezembro. Infelizmente, após o procedimento ele desenvolveu um quadro de pneumonia e infecção abdominal — que causou um choque séptico. Marco Antônio Dias Pontes foi casado duas vezes e deixa cinco filhos.
Natural de Rio Novo, em Minas Gerais, ainda jovem foi estudar em outra cidade mineira, Juiz de Fora. Lá, se formou em Filosofia. Após a graduação, se mudou para Brasília e fez mestrado em Economia. Apesar da formação, foi como jornalista que Marco Antônio trilhou sua carreira profissional, com atuações no Diário de Brasília, em meados de 1971, e como colunista no Jornal da Comunidade, esta última mantida até o fim da vida. Os textos eram enviados regularmente por e-mail para uma lista de contatos.
Marco Antônio Dias Pontes também atuou no serviço público. Foi durante o período como técnico de planejamento e pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), por volta de 1974, que ele conheceu o amigo Jorge Cavalcante. "Marco era uma pessoa leve. Me acompanhou em vários lugares", relembra Cavalcante. Depois do Ipea, eles ainda atuaram juntos no Ministério da Educação e na assessoria do gabinete civil da presidência da república, durante o governo José Sarney.
Murilio de Avellar Hingel, que foi Ministro de Estado da Educação e do Desporto entre 1992 e 1995, qualificou o jornalista como "grande cidadão, de excelente caráter e com posições políticas progressistas".
O ex-ministro lembrou da atuação de Marco na Secretaria de Projetos Educacionais Especiais. "Lamento sua perda como amigo e admirador. Sentiremos falta, como seus leitores, de sua constante defesa da Democracia no Brasil", destacou.
Além da carreira profissional, Marco Antônio Dias Pontes era afetuoso na vida pessoal. "Tratava todas as pessoas com muita cortesia e muito carinho. Era extremamente gentil", recorda a filha Usha Velasco. Ela também conta do gosto do pai por literatura, arte e música. "Quando eu era pequena, ele nos levava à sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional, para ver o Concerto da Juventude".
Outra paixão do jornalista era Brasília e o cerrado. A filha Taíssia Velasco lembra dos momentos em que o pai explicava sobre plantas que cultivava em casa. "A gente tinha um quintal muito grande. Ele e minha mãe plantaram várias árvores frutíferas. Enquanto a gente andava colhendo as frutas, ele me explicava sobre cada planta e o processo pelo qual elas passavam", narra.
A dedicação aos filhos é o principal legado deixado pelo pioneiro. De acordo com pessoas próximas, o jornalista era "uma enciclopédia ambulante", conhecimento que passou adiante. O amigo Jorge Cavalcante sintetiza o legado de Marco Antônio Dias Pontes em uma frase. "A educação dos filhos é seu grande legado. Pessoas muito bem formadas. É o que todos deveriam deixar", descreve.
A despedida final ao amigo será amanhã, quando o corpo será cremado no Jardim Metropolitano em Valparaíso (GO), às 11h.
* Estagiário sob a supervisão
de Juliana Oliveira
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