A Universidade de Brasília (UnB) vai manter a cobrança do chamado passaporte da vacina para garantir o acesso a determinados espaços dos campi da instituição. Ontem, a universidade publicou a decisão, no site oficial da fundação, assinada pela reitora Márcia Abrahão Moura. O posicionamento contraria o despacho do Ministério da Educação (MEC) que vetava a proibição em instituições federais.
Agora, universitários que quiserem frequentar as aulas presenciais, precisarão estar vacinados, assim como a comunidade que acessa a universidade. O entendimento da UnB foi corroborado na última sexta-feira pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o despacho do MEC. O passaporte é criticado com veemência por integrantes do governo federal. O tema foi abordado no último discurso de 2021 do presidente Jair Bolsonaro. "Não apoiamos o passaporte vacinal nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar", afirmou o presidente.
O documento tem sido cobrado, atualmente, para eventos culturais, e algumas empresas também passaram a adotar o sistema de verificação.
Com mais de 90% da comunidade universitária vacinada, a UnB decidiu retornar gradualmente as atividades presenciais. Em novembro de 2021, com base em decisão colegiada e "com fundamentação jurídica e científica", o Conselho de Administração da Universidade de Brasília decidiu restringir a circulação de pessoas não vacinadas contra a covid-19 em alguns espaços dos campi.
"Desde o princípio, a UnB tem o compromisso de salvar vidas. Permaneceremos nessa premissa", afirma a instituição no site oficial. Segundo o texto, se os dados epidemiológicos continuarem a evoluir positivamente, eles irão prosseguir com a ampliação do retorno gradual ao convívio presencial, obedecendo todos os protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias e científicas, como o uso de máscara, distanciamento social e álcool em gel.
O empenho, de acordo com universidade, é para que toda a comunidade da UnB e do DF complete o esquema vacinal e garantir a não proliferação das infecções por covid-19. A UnB ressalta também que o Hospital Universitário de Brasília (HUB) esteve na linha de frente desde os primeiros momentos, e que participa da pesquisa da primeira vacina brasileira, a Coronavac.
Todo cuidado é pouco
Para este ano, parte dos 52 mil estudantes retornam às aulas presenciais nos quatro campi. Haverá 1,3 mil disciplinas presenciais ou semipresenciais, que corresponde a 15% do total das matérias ofertadas.
O retorno das atividades administrativas, do pessoal técnico, docente e estagiários foi aprovado ainda em 2021, e começou em 7 de dezembro. E, agora, parte do corpo discente voltará a frequentar as instalações. Segundo a reitora, as atividades caminham de forma conjunta à melhora do quadro pandêmico. "Temos mais de 50 mil estudantes, juntando graduação e pós, então todos os nossos movimentos tem que ser feitos de uma forma que a gente dê segurança interna e externa", argumenta.
A volta das atividades acadêmicas ocorre a partir do Plano de Retomada das Atividades da UnB. Na Etapa 2, que ocorre a partir de 17 de janeiro, há a previsão de aumento progressivo de presencialidade, sem previsão de percentual de indivíduos, somente de matérias.
Para ninguém ficar perdido, a instituição desenvolveu o Guia de Convivência e Boas Práticas sobre a covid-19. O manual foi lançado em outubro e está dividido em documentos voltados especificamente a três públicos: servidores, estudantes e terceirizados.
As informações selecionadas pelo Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (Ccar) tratam de cuidados rotineiros para impedir a disseminação do vírus. Uma das principais medidas que todos devem tomar, além do uso de máscaras e álcool em gel, é a notificação de casos ou suspeitas de infecção.
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