Entrevista | Paula Belmonte | deputada federal (Cidadania-DF)

"Se for preciso, estarei pronta"

Parlamentar eleita pela primeira vez em 2018, afirma que está pronta até a concorrer ao cargo de governadora para que o Distrito Federal tenha uma política boa e transparente. "Estou à disposição para qualquer missão", afirma

*Bernardo Guerra
postado em 04/01/2022 00:01
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O CB.Poder, uma parceria entre o Correio Braziliense com a TV Brasília, recebeu ontem a empresária e deputada federal de primeiro mandato Paula Belmonte. Na bancada, a jornalista Ana Maria Campos mediou a entrevista. Novata na política, a deputada afirmou já estar conversando e se movimentando para ajudar a eleger um candidato de oposição ao atual governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), porém, nacionalmente, ela ainda está em busca de um candidato para apoiar. Paula quer encontrar um candidato que preze pela transparência do mesmo, de acordo ela.

É a sua pretensão ficar no partido?

O Cidadania, na Câmara Federal, é bem unido, é um partido que defende, sim, uma liberdade econômica, defende valores e me representa muito. Mas hoje têm alguns outros aspectos que não estão muito de acordo com o que eu penso da política. Estamos conversando, temos um pedido para se manter no Cidadania, mas estamos conversando também com outros partidos.

Nessa campanha eleitoral para presidente da República, o seu marido, Luís Felipe Belmonte, estava trabalhando na construção de um partido, o partido Aliança Brasil, que seria o partido para onde o presidente Jair Bolsonaro migraria, mas não deu certo. Ele era um aliado do presidente. Continua sendo? Você também é a favor disso?

Sempre fui a favor de boas ações, nunca fui e não quero nunca estar presa a nomes, eu acredito nesse político que defende a população. Sou uma pessoa que acredita em uma economia liberal, que o Estado tenha que ser altamente eficiente em três grandes pilares que são a saúde, a educação e a segurança. Acredito nos costumes, principalmente familiares. Isso não tem negociação, é imutável.

 Mas com o ex-presidente Lula, é difícil fechar. Já vi várias críticas suas em relação à ele.

Eu faço um apelo à toda a população, quando nós falamos em transparência. Hoje mesmo nós vimos que teve aquele grande saidão de presidiários, que têm essa oportunidade de passar o Natal e o ano-novo em casa. E 170 não voltaram. Nós temos ali, muitas vezes, traficantes, ladrão de carro. Eu penso que ladrão tem que estar no presídio. Para mim fica, inviável eu estar com alguns partidos que estiveram envolvidos em grandes corrupções. Eu fui vice-presidente de uma CPI do BNDES, vi documentos, participei de audiências sigilosas e fechadas com Antonio Palocci e ele mostrou claramente como era o esquema. Tudo o que eu ouvi de vários empresários que pagaram e estavam ali, é mentira? Não tem como eu me envolver com alguém que eu não acredito que faça o bem para a população. É importante que o brasileiro tenha essa visão crítica. Quando a gente tira uma parte do dinheiro público, esse dinheiro deixou de ser investido na educação, na saúde, na segurança pública. 

 A senhora acredita que a terceira via pode crescer no Brasil, que pode ter um nome alternativo nessa polarização de Bolsonaro e Lula?

Eu acredito que uma terceira via que traga essa pacificação para a população será muito bem vinda, um nome que seja realmente voltado, principalmente, para que o povo pare de passar fome e que gere emprego. Eu acredito que será uma grande oportunidade de nós, brasileiros, estarmos seguindo e fazendo essa transformação que o Brasil merece.

Em relação ao DF, já ficou claro que, no Ibaneis Rocha, a senhora não vai votar, não é?

Eu tenho respeito ao governador, mas acho que é um governador que tem algumas secretarias que têm sido investigadas pela PF, pelo Ministério Público, uma secretaria que tem a cúpula presa no auge da pandemia. E, nessa prisão, ainda conseguiram receber salário, não é um representante que eu gostaria que Brasília tivesse novamente. Esse é o meu pensamento.

É possível imaginar que você pode disputar o governo já nesta segunda eleição?

Como eu disse, acredito que Brasília já produziu alguns políticos com um nome muito importante para a cidade. Brasília tem uma história de bons políticos e nós temos pessoas que estão à frente mas, se for preciso, estarei pronta. Eu sou uma mãe que nem aquela mãe leoa, que quer defender os seus filhos. Estou à disposição para qualquer missão que me for dada para que a gente possa trazer a transparência e uma política verdadeira para a população, mas eu sei e tenho certeza de que temos outros nomes importantes para o DF.

Confira a entrevista completa no site do Correio Braziliense.

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