Gripe lota hospitais

Correio Braziliense
postado em 04/01/2022 00:01

Em plena época de verão, os brasilienses têm enfrentado um surto de gripe na capital. Pacientes com sintomas de febre, coriza e dor no corpo tem procurado as emergências de hospitais públicos e particulares. Com base no Informativo Epidemiológico de Monitoramento da Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave da Secretaria de Saúde, em 2021, foram realizadas 1.461 coletas nas unidades de saúde da Síndrome Gripal (SG). Dessas, 660 foram positivas para vírus respiratórios, sendo que três apresentaram coinfecção (vírus sincicial respiratório - VSR com covid-19 e duas rinovírus com SARS-CoV-2).

Entre as amostras positivas para vírus respiratórios, 42 pessoas contraíram o Rinovírus; 26, o Vírus Sincicial Respiratório; cinco o Adenovírus; um, o Parainfluenza 1; dois, o Parainfluenza 2; dois, o Parainfluenza 3; e um, o Metapneumovírus. O DF também registrou oito casos de infecção pelo vírus influenza em 2021, sendo três de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) confirmados como Influenza A H3N2 e cinco não subtipados. Desse total, cinco pessoas necessitaram de internação hospitalar e outras três foram diagnosticadas com síndrome gripal e que não precisaram de internação. Isso indica que o número de casos da doença tem se mantido dentro do esperado até o momento.

Em nota, a Secretaria de Saúde esclareceu que, em função dos aumentos de casos de Influenza registrados em todo Brasil, inclusive no Distrito Federal, tem registrado um aumento na demanda de todos os hospitais da rede. "A direção do Hospital da Região Leste (HRL) informa que, apesar deste aumento, o atendimento não chegou a ser interrompido na unidade. O Pronto Socorro segue funcionando sem restrições ou superlotação", frisou a pasta. De acordo com o órgão, todos os pacientes serão atendidos dentro das capacidades de operação do HRL e, no momento, o tempo de espera de atendimento para pacientes sintomáticos respiratórios é de aproximadamente duas horas.

Ainda em nota, a secretaria afirmou que, em 2021, recebeu 1,1 milhão de doses da vacina Influenza, e já aplicou 91% deste total na população. Quem desejar se vacinar, pode pesquisar os pontos disponíveis no site: https://www.saude.df.gov.br/locaisdevacinacao/.

Marcos Pontes, clínico geral, afirma que o DF está em uma situação atípica, uma vez que quadros como esse são comuns acontecerem no inverno ou outono. "Os vírus da Influenza não trazem aquela reação inflamatória que a covid-19 ocasiona. A H3N2 tem mostrado acometimento mais agravante do que os vírus anteriores, mas não tem causado aumento no número de mortes", destacou.

Segundo o médico, os sintomas de gripe, geralmente, são coriza, tosse seca, irritação nasal, conjuntivite, olho vermelho e, para evitar o vírus, os mecanismos são os mesmos que o da covid-19, como a higienização das mãos, uso de álcool em gel e máscara.

O chefe da Comissão de Controle de Infecção (CCIH) do Hospital Santa Lúcia, Werciley Júnior, afirma que o surto de gripe no DF começou há cerca de três semanas e citou como exemplo o aumento no número de atendimentos na unidade onde trabalha. "Triplicou. Só ontem, foram 150 atendimentos pela manhã", disse. Segundo o infectologista, em 80% dos casos, os pacientes apresentam quadros leves de resfriados. "Os hospitais acabam ficando lotados sem muita necessidade. É importante o paciente procurar a emergência aqueles que apresentam sintomas persistentes ou com comorbidades", alertou.

O médico atenta, ainda, para a baixa adesão à vacinação da gripe na época em que houve a campanha, o que pode ter ocasionado o aumento acelerado dos casos. "Entre novembro e dezembro, aquelas atividades proibidas ou restritas ao público voltaram a ser liberadas e houve maior aglomeração. Então, se há mais pessoas perto uma da outra, mais o vírus se alastra", destacou.

O Correio também procurou a assessoria da Rede D'Or Brasília, que atende os hospitais Santa Luzia, Santa Helena, do Coração e DF Star. Em nota, a empresa respondeu que os respectivos estão, em média, com um volume de atendimento em seus prontos-socorros 70% maior do que o habitual. Explicou, ainda, que o aumento deve-se principalmente ao surto de síndrome gripal e ressaltou que a maioria dos casos, provocados pelo vírus Influenza, são de pouca gravidade.

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