Votos para 2022

Correio Braziliense
postado em 06/01/2022 00:01

Estava de folga na passagem do ano. E, por isso, mesmo atrasado, gostaria de compartilhar os meus votos para 2022.

Que os ipês, os cambuís, as quaresmeiras continuem a alimentar a nossa fome de beleza e a amenizar as agruras distritais e federais.

Que os comentaristas de futebol não usem mais a frases de sentido insondável, tais como: "Atacou a bola" ou "atacou o espaço".

Que os donos dos botecos substituam os letreiros atuais, com os dizeres: "Fiado, só quando o Corinthians for campeão", por outros mais felizes: "Fiado, só quando o Corinthians não for campeão".

Que a irresponsabilidade na gestão da pandemia não seja condecorada e não permaneça impune e impávida, na condição de crime sem castigo.

Que as excelências distritais se lembrem de que têm responsabilidades em relação a uma cidade que é tombada como patrimônio cultural da humanidade.

Que o Iphan pare de se omitir em relação às ameaças a uma cidade tombada como patrimônio cultural da humanidade, pois, como bem disse o padre Antonio Vieira, a omissão é um pecado que se faz não se fazendo.

Que o Clube do Choro, a Escola de Choro Raphael Rabello, a Faculdade Dulcina de Moraes e o Espaço Cultural Renato Russo continuem resistindo.

Que os governantes não queiram enganar o vírus da mesma maneira que enganam os eleitores, pois, está provado, que esse é um projeto fadado ao fracasso.

Que o ministro da Saúde Marcelo Queiroga promova audiências públicas sobre a rachadinha, o desmatamento na Amazônia, o atraso na compra de vacinas e o negacionismo na pasta da Saúde.

Que, em 2 de outubro de 2022, os eleitores se lembrem, com muito carinho, das excelências que votaram ou apoiaram projetos do orçamento secreto, de flexibilização da fiscalização de nossas matas e de surrupio dos direitos da maioria.

Que os professores sejam priorizados na fila de vacinação, uma vez que são considerados integrantes de um grupo prioritário do serviço público.

Que as crianças sejam protegidas da ignorância, do negacionismo, do coronavírus, da gripe influenza e da música breganeja.

Que a Seleção comandada por Tite melhore a treinabilidade, os extremos desequilibrantes funcionem, ela faça sinapses no último terço, performe como resultado, mas traga o caneco do futebol novamente para o Brasil no Catar.

Que, apesar de todas as mazelas políticas, Brasília continue a ser uma cidade onde aconteçam muitos acidentes da beleza.

Que nos seja concedida força, coragem, lucidez e alegria para fazer de 2022 o ano da nova independência do Brasil.

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