Não é a primeira vez que Flávia Arruda recebe petardos de integrantes do Centrão, como vem ocorrendo, agora, com declarações públicas do líder do Republicanos, o deputado Hugo Motta (PB). Desde que assumiu a Secretaria de Governo da Presidência da República, a deputada federal do DF costurou acordos para projetos importantes, mas também desagradou parlamentares que o próprio presidente Jair Bolsonaro não queria atender. No entanto, Flávia dificilmente deixará o governo antes do prazo de desincompatibilização, em abril. Ela tem o apoio dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), e do PL, Valdemar Costa Neto, que comanda o partido de Bolsonaro. Costa Neto gravou mensagem, ontem, em defesa de Flávia, e Bolsonaro avisou: "Ela não será demitida, jamais, pela imprensa".
Rollemberg defende Márcio França
O ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB) saiu, ontem, em defesa do correligionário Márcio França, alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo, por supostos desvios de recursos da saúde. "Conheço Marcio França. Confio nele. Eventuais irregularidades devem ser apuradas com isenção e pleno direito de defesa. Essa operação, no ano da eleição, tem muita pinta de armação do governo Doria", afirmou nas redes sociais.
E Flávia Arruda
Além de defender o ex-governador de São Paulo de seu partido, Rollemberg também fez um depoimento a favor da ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, bombardeada pelo líder do Republicanos, Hugo Motta. Disse que Flávia sempre foi atenciosa com pleitos para o orçamento de 2021.
Alta adesão
Levantamento do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol) aponta que foi de 95% a adesão da categoria ao movimento deflagrado para pressionar o governo em torno da reivindicação de reajuste salarial. Muitos policiais estão se recusando a se apresentar para o serviço voluntário.
Sempre há incentivos para que você volte a disputar eleições. Você tem essa disposição?
Teria disposição para voltar se sentisse que tenho as condições básicas para isso. Você sabe que eu tenho uma igreja grande não só no DF, mas no Brasil e no mundo, e a responsabilidade como líder é importante, primordial. Eu amo meu país. Gostaria muito de contribuir para uma sociedade melhor, mais justa e que encontre soluções para todos os problemas que enfrentamos, mas tenho uma prioridade na vida que é o nosso ministério. Não posso fazer qualquer movimento que venha a machucar ou ferir esse que é o maior legado da nossa vida.
Recebeu convite para ser vice na chapa de Ibaneis Rocha?
Recebi tratativas de amigos comuns para pensar nessa possibilidade de ser um eventual vice. Mas nada oficial, nada formal. Acho que o governador não está pensando nisso, neste momento. E ele está corretíssimo. O governador tem feito um grande trabalho pelo DF. Ele é uma pessoa de caráter, de palavra, tem uma visão muito boa. Impressionante por ser primeiro mandato e foi de cara no Executivo, como governador, e desempenhou muito bem.
Quem pode representar a sua força eleitoral na disputa de 2022?
Nós temos um grupo de amigos que não são apenas da Sara. A Sara Nossa Terra é uma igreja expressiva no DF, mas não é suficiente. E pela própria natureza da política, nós estamos tentando construir uma coalizão que pensa de maneira igual, que tem os mesmos objetivos. Nós temos o Rodrigo Delmasso que é um deputado da própria Sara Nossa Terra. O Rafael Prudente também que é da Sara, além de muitos amigos e irmãos. Estamos no PRB, que é partido que agrega vários cristãos da Igreja Universal e Assembleia de Deus. Nosso intento é fazer crescer essa base e podermos somar de maneira inteligente, organizada, onde cada um pode ter seus votos e a gente possa contribuir para a eleição da chapa majoritária.
E na disputa presidencial? Acredita que a base evangélica vai impulsionar a candidatura de Bolsonaro à reeleição?
Acredito que sim. A base evangélica vai ser preponderante para a reeleição do presidente Bolsonaro. O ano nem começou ainda. Vai depender muito do desempenho da economia. O jogo está sendo jogado. Então, temos que esperar. Mas há uma tendência majoritária de os evangélicos permanecerem e apoiarem a reeleição do presidente. Agora podem surgir defecções, grupos que acabem tomando outro caminho. Mas esse movimento em prol da candidatura do presidente não é necessariamente organizado. É espontâneo porque o presidente é muito afinado com os valores e princípios cristãos. Ele é praticamente de dentro da igreja, embora professe uma fé católica e a mulher dele seja evangélica. Isso é muito natural. A maioria vai ser base para a candidatura do presidente.
Bolsonaro ainda é forte no DF? Terá peso na disputa local?
O presidente Bolsonaro tem no DF a mesma amostra que tem no país, talvez um pouquinho menos, por ser uma cidade de funcionários públicos. O governo ainda não atendeu alguns pleitos dos funcionários públicos. Não sei se sai neste ano, se sai uma promessa para depois. Mas o presidente no DF está bem sim. Os números que temos não fogem da expectativa até pela base evangélica que está no DF e dá sustentação ao projeto político dele.
André Mendonça deve em grande parte aos evangélicos a posse no STF. Ele foi abandonado por Bolsonaro?
O ministro André Mendonça teve apoio das lideranças, muito em oração, e alguns aspectos um pouco de trabalho também. Era um pouco complicado, porque os poderes da República têm independência. A CCJ do Senado postergou quatro meses, uma coisa nunca vista antes, mas faz parte da independência. Não sei os motivos, mas temos que respeitar. Acredito eu que o presidente Bolsonaro fez o mesmo. Ele já deu vários sinais que não interfere nos poderes fora do Executivo. Não acredito que ele tenha abandonado o ministro André. Não podia fazer mais do que fez. Simplesmente foi coerente. O Flávio Bolsonaro, que é senador, se empenhou, trabalhou. Sou testemunha disso. Acho que muita gente fez um pouquinho. O importante é que deu certo. Acho que no final, como disse Romanos 8, Deus faz com que todas as coisas contribuam para o bem. Com isso tudo, o STF cresceu por receber uma pessoa do calibre do André. O Brasil cresceu. Todos saíram ganhando.
Acredita na reeleição de Bolsonaro?
Acredito. Sei que passamos dois anos muito difíceis, realmente inimagináveis. Perdemos 600 mil pessoas para a pandemia, a economia foi extremamente chacoalhada, e o Brasil está se saindo melhor que as demais nações graças ao empenho e o trabalho do presidente Bolsonaro. Então, eu acredito. Vai depender muito do desempenho deste ano, mas o presidente tomou as atitudes que precisavam ser tomadas do ponto de vista da economia, aprovou o Vale Gás, o Auxílio Brasil, e isso vai amortecer muito o impacto social nas camadas mais carentes. O presidente tem uma ficha de trabalho, de resultados fantásticos, a equipe de ministros dele é muito boa. Em três anos, ele fez muito e foram os anos mais difíceis da nossa história contemporânea. Acredito na reeleição e vamos trabalhar por isso.
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