O pesadelo se mantém, pelo segundo ano consecutivo. O Distrito Federal ultrapassou mais de mil casos positivos para o novo coronavírus. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Saúde (SES-DF), foram notificadas mais 1.565 ocorrências da doença na capital. Ao todo, já são 524.916 infectados desde o início da pandemia, sendo 464,2 mil moradores do DF, 29,8 mil de Goiás, 6,8 mil de outros estados e 23,9 mil estão em investigação.
A última vez que o DF registrou mais de 1,5 mil casos diários foi em 29 de março de 2021, quando houve uma grande quantidade de contaminações, chamada de "terceira onda". Com as novas ocorrências, a taxa de transmissão (Rt) disparou e chegou a 1,66. Ou seja, a cada grupo de 100 pessoas com o vírus, outras 166 podem ser infectadas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando o índice está acima de 1, isso indica que a pandemia está fora de controle.
Segundo informações do penúltimo documento, publicado na quinta-feira, a taxa de transmissão estava em 1,45 — aumento de 0,21 em 24h. Desde os primeiros meses da pandemia, em 2020, o Distrito Federal não registrava um índice tão alto. Segundo o médico infectologista Julival Ribeiro, a alta transmissibilidade da variante ômicron pode ter ocasionado essa explosão de casos.
"O que nós observamos com a chegada da ômicron em outros países é que a cada três dias, os números de casos dobraram ou triplicaram e no Brasil não seria diferente. Por ela ser altamente transmissível, estamos acompanhando esse cenário agora. Além disso, podemos associar as festas de fim de ano (Natal e réveillon) que foram de muitas aglomerações e de relaxamento das medidas restritivas, aos números oficiais. Estamos vivendo o que nós plantamos", ressaltou o especialista.
Com o surgimento da variante ômicron, e a alta de casos da influenza A, o Governo do Distrito Federal (GDF) cancelou as festas de carnaval. De acordo com decreto assinado pelo chefe do executivo Ibaneis Rocha (MDB), todos os eventos carnavalescos públicos e privados estão proibidos.
Segundo a pasta, o DF registrou três óbitos por complicações da doença. As vítimas eram residentes de Águas Claras, Gama e Sobradinho, tinham entre 60 anos ou mais e eram cardiopatas (doenças e condições que afetam o coração). Até o fechamento do documento oficial da pasta, às 17h, o Distrito Federal totalizou 11.119 mortes desde o início da pandemia. Dos mais de 11 mil óbitos, 10,1 mil eram cidadãos da capital federal, 825 de Goiás e 134 vítimas de outros estados.
O infectologista Julival Ribeiro ressaltou a importância das medidas de prevenção contra a covid-19. Para ele, a melhor forma de evitar mortes e lotações de hospitais é recebendo o imunizante. "Vale lembrar que em qualquer cenário as pessoas vão precisar de hospitais, até porque estamos vivendo, também, uma epidemia da gripe Influenza. Por isso, vacinar continua sendo a melhor estratégia, aliada a outros cuidados como: lavar as mãos, distanciamento social, uso de máscaras faciais protegendo nariz e boca, utilizar álcool gel e testar, pois só assim vamos descobrir como bloquear a expansão de casos", explicou.
A SES alcançou a marca de 5 milhões de cidadãos vacinados durante a campanha. Ao todo, 2,3 milhões receberam a D1, 2,1 milhões a D2 e 504,5 mil a D3.
Colaborou Cibele Moreira
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.