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Alerta de tempestades até quarta-feira

Efeito La Ninã provoca "rio voador", fazendo chover acima do esperado neste início de janeiro

Pedro Ibarra
postado em 09/01/2022 00:01
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

As chuvas seguem constantes no DF. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nos oito primeiros dias do ano já caiu a metade do que era previsto para o mês de janeiro inteiro no DF e também em outras regiões do país. O meteorologista Cléber Souza apontou que está chovendo mais na capital federal em 2022 em comparativo com o mesmo período do ano passado.

Uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), formada nos últimos dias, está provocando o aumento. O fenômeno meteorológico mantém as nuvens carregadas e a chuva intermitente por um período de aproximadamente quatro a sete dias. Portanto, de acordo com Cléber Souza, esse cenário deve permanecer no DF até quarta ou quinta-feira. Ou seja, a previsão é de mais uma semana majoritariamente chuvosa no DF.

A ZCAS também terá impacto imediato, já que Brasília está em uma região com previsão de 100 milímetros de precipitação nas próximas 24 horas. As próximas 72 horas também estão com alerta de tempestade. "É uma quantidade expressiva, visto que 1 milímetro representa um litro por metro quadrado, são basicamente 100 litros de água de chuva por metro quadrado no DF", explica Cléber.

Se considerados os meses anteriores a janeiro, o DF está em uma crescente de temporais. "Em outubro, novembro e dezembro a região, com certeza, teve mais chuvas do que na mesma época dos anos anteriores", afirma o meteorologista do Inmet.

Transtornos 

A quantidade de chuva tem afetado a infraestrutura da cidade. As vias estão alagando cada vez mais. Em decorrência desses alagamentos, buracos se multiplicam no asfalto do DF e região. A Novacap e a NeoEnergia também estão trabalhando em conjunto para podar as árvores. Com os ventos, galhos e árvores têm caído e causado acidentes. E gerado problemas de queda de energia em algumas regiões.

Não é só o DF que está passando por essa situação. As Zonas de Convergência afetam desde Amazônia até o Centro-Oeste, pegando parte do nordeste também e sendo responsáveis por calamidades pelo Brasil recentemente, como as provocadas pelas enchentes no sul da Bahia e no Piauí.

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Umidade da floresta

» As Zonas de Convergência do Atlântico Sul são criadas pelo efeito La Niña. Um dos mais famosos fenômenos climáticos do planeta, ela gera um resfriamento das águas no Oceano Pacífico, principalmente na zona equatorial. Assim, há um aumento na precipitação na Amazônia e nas regiões próximas, já que há mais evaporação dos rios. A umidade da floresta é canalizada ocasionando o que ficou conhecido como rios voadores, quando grandes fluxos de água viram nuvens e precipitam no resto do Brasil.

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