GDF define novas restrições

Em decreto publicado ontem, governo local suspendeu shows, festas, festivais e eventos com venda de ingresso. Medidas podem se estender para outros setores, a depender do avanço da pandemia, e vacinação de crianças começa no domingo

Samara Schwingel
postado em 13/01/2022 00:01
 (crédito: Agência Brasília )
(crédito: Agência Brasília )

Diante de mais um período de recrudescimento da pandemia da covid-19, o Executivo local optou por proibir a realização de eventos no Distrito Federal. Decreto publicado ontem no Diário Oficial (DODF) suspendeu por tempo indeterminado shows, festas, festivais e eventos com venda de ingressos. A medida entrou em vigor a partir da publicação do documento. Caso a crise sanitária não seja controlada, o funcionamento de outros setores pode passar por adequações em breve, segundo representantes do Governo do Distrito Federal (GDF).

Em entrevista coletiva promovida ontem, no Palácio do Buriti, o secretário-chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, explicou o que motivou a decisão pela proibição de atividades: "(Essas) são medidas que precisam ser tomadas justamente para evitar uma questão mais dura e para que a população tenha consciência. Que todos façam sua parte, para que possamos diminuir esses índices de transmissão e voltar à normalidade". Em relação ao decreto, o chefe da pasta lembrou que quaisquer eventos, em casas ou estabelecimentos comerciais, ficam sujeitos às novas medidas caso promovam venda de ingressos ou cobranças de valores dos convidados, ainda que revertidos em consumação.

O secretário acrescentou que não desconsidera a adoção de mais restrições e que tudo será analisado conforme o cenário pandêmico. "O governador (Ibaneis Rocha) monitora em tempo real os vários índices, para que tome a melhor decisão no momento certo. Não está descartada a inclusão de outros eventos (na lista de proibições), mas, por enquanto, a decisão que temos é sobre shows, eventos e casas de festas com venda de ingressos", declarou Gustavo Rocha.

Na medida em que a situação melhore, segundo o secretário, o Executivo local poderá revogar os decretos em vigor atualmente. O governador em exercício Paco Britto (Avante), também presente à coletiva, afirmou que o GDF não pretende adotar um lockdown e reforçou que a meta é revogar as restrições recém-publicadas assim que possível. "A intenção é conscientizar a população da transmissibilidade da ômicron. Nossa intenção é de que (as pessoas) não se aglomerem", reforçou o vice de Ibaneis.

Crianças

Na reunião, os gestores passaram mais detalhes sobre a vacinação de meninas e meninos de 5 a 11 anos na capital federal. A primeira remessa de imunizantes destinada a esse público chegará amanhã, com 16,3 mil doses. O atendimento começará no domingo, em 11 pontos fixos e exclusivamente com aplicações contra a covid-19. Outros locais com serviço itinerante ficarão disponíveis para o público-alvo prioritário: crianças com deficiência, síndrome de Down, autismo e comorbidades. Para alcançar o público com problemas de locomoção ou sob tutela do Estado, a Secretaria de Saúde trabalhará com equipes volantes.

Nos postos fixos, o atendimento será das 8h às 17h, apenas para crianças com 11 anos, que contarão com 10 mil doses disponíveis, inicialmente, e para aquelas de 5 a 11 anos com comorbidades — 6 mil doses. Todas devem estar acompanhadas dos responsáveis. Paco Britto ressaltou que, apesar da pequena quantidade de vacinas, não é necessário "correr" aos postos ou formar filas. "Os imunizantes não serão suficientes nem para o primeiro dia. Serão 16,3 mil unidades, e esperamos que, no próprio domingo, elas terminem", calculou. As próximas datas de aplicação serão divulgadas assim que o Ministério da Saúde confirmar o envio de mais remessas para o DF.

Nas mídias sociais, Ibaneis Rocha (MDB) se manifestou sobre a situação da pandemia. De férias em Miami, nos Estados Unidos, até 22 de janeiro, o chefe do Executivo local lembrou que, atualmente, 90% das internações de pacientes com covid-19 são de pessoas que não se vacinaram ou estão com a segunda dose pendente. "Por isso, reforço: procurem nossos postos para imunização", escreveu. "Somente com o ciclo vacinal completo de toda a população venceremos a pandemia."

Gripe

Ainda na solenidade no Buriti, o secretário de Saúde do DF, Manoel Pafiadache, divulgou números relacionados aos casos provocados pela variante do vírus influenza, a H3N2. A capital federal contabiliza 217 registros, contra seis registrados nos últimos dias de dezembro. Com isso, os casos de gripe passaram de, aproximadamente, 5 mil, na semana passada, para 11.049 ontem — um aumento de 120%.

Em relação aos casos de flurona, a infecção simultânea pelo novo coronavírus pelo vírus influenza, o levantamento mais recente da pasta contabiliza 530 notificações, ante 89 na semana passada. No entanto, a secretaria não deu detalhes sobre as variantes contraídas pelos pacientes nem sobre a necessidade de internação.

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