Contagem regressiva para crianças

Hoje, são esperadas 16,3 mil doses de imunizantes destinadas à ampliação da campanha para crianças. Início do atendimento será domingo, em 11 postos. Aquelas com 11 anos e comorbidades serão as primeiras a receber a aplicação

Samara Schwingel
Pablo Giovanni*
postado em 14/01/2022 00:01
 (crédito: Lucas Pacifico)
(crédito: Lucas Pacifico)

O Distrito Federal espera receber, hoje, as 16,3 mil doses de vacinas que serão destinadas para iniciar a campanha de imunização contra a covid-19 para crianças de 11 a 5 anos — público composto por cerca de 268 mil pessoas. A aplicação começa no domingo, com 10 mil doses, e as primeiras a serem atendidas serão aquelas com 11 anos, cerca de 40 mil, e as com comorbidades, que somam aproximadamente 18,7 mil. A Secretaria de Saúde vai destinar 6 mil doses para os pequenos que tenham dificuldade de locomoção ou estejam sob tutela do Estado, e vai enviar equipes de pasta para vaciná-los a partir de segunda-feira.

Os detalhes do atendimento para esse novo público foram divulgados, ontem, em coletiva realizada pela secretaria. Na ocasião, a subsecretária de Atenção Integral à Saúde, Paula Lawall, explicou que, para o domingo, serão disponibilizados 11 postos exclusivos, que funcionarão das 8h às 17h. Segundo ela, as crianças que forem aos pontos fixos deverão estar acompanhadas da mãe, do pai ou de um responsável e apresentar documento de identidade, certidão de nascimento ou caderneta de vacinação, sem necessidade de autorização por escrito. Os portadores de comorbidades devem apresentar laudo médico comprovando a existência da doença.

A gestora informou que cada ponto terá uma equipe composta por 11 servidores. "Será um responsável técnico; três aplicadores, um desses dedicado a pessoas com deficiência, outro para crianças com comorbidades e outro para as sem comorbidades; três triadores e quatro controladores de fluxo", detalhou. Lawall disse que, cada criança, depois de receber a vacina, deve ficar por, pelo menos, 20 minutos na unidade em que recebeu o imunizante para que seja observada (leia mais em recomendações). As crianças que estiverem com alguma doença infeciosa ou bacteriana devem aguardar a recuperação para receber o imunizante.

Importância

Até o momento, no DF, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado, ontem, pela Secretaria de Saúde, 15,5 mil crianças de 2 a 10 anos foram infectadas pela covid-19. Destas, três morreram. De acordo com a pasta, mesmo sem registro de muitas evoluções graves da doença, após duas doses de vacina, crianças de 5 a 11 anos apresentaram uma boa resposta de anticorpos. A eficácia é de 90,7% para prevenção da covid-19, pelo menos sete dias após a segunda dose, e por um período de 70 dias.

O infectologista Julival Ribeiro destaca que a imunização desse público é importante para, além de proteger as crianças, evitar o surgimento de novas variantes da covid-19 e combater o avanço da pandemia. "A criança vai para a escola e circula mais e pode pegar a doença, assim como adultos. A vacinação impede isso", diz. O especialista adverte que há reações às vacinas, mas que são esperadas e não são graves. "As complicações por covid são muito mais graves", frisa. Julival  ressalta que os imunizantes são seguros e estão sendo aplicados em todo o mundo. 

A servidora Keila Caldas, 41 anos, está empolgada com a vacinação contra a covid-19 da filha Sarah, 10 anos, apesar de ainda não ser a faixa etária contemplada. "Ela entende a importância de se imunizar, porque é a esperança de poder continuar vivendo", revela. A família Silveira, de Águas Claras, também aguarda pela vacinação do menino Adriano, 7, e acredita que as coisas voltarão ao normal o mais breve possível. "Isso só vai acontecer quando todos estiverem vacinados. Sempre levei meus filhos para vacinar, nunca duvidei de nenhuma vacina, e não vai ser agora que terei essa dúvida. Ele está todo ansioso e me perguntou que dia ele vai vacinar. Meu filho está muito ansioso, porque quer que esse vírus fique longe logo, para poder brincar com os amigos", relata a mãe, Eliane Silveira.

Cenário

Os índices da pandemia de covid-19 continuam altos na capital federal. Entre quarta-feira e ontem, o DF registrou 2.630 casos e duas mortes pela doença. O total chegou a 538.354 infectados e 11.125 mortos desde o início da crise sanitária. Com a atualização, a média móvel de ocorrências chegou a 3.000,60, valor 1.879,29% maior do que o registrado há 14 dias. Em comparação com o mesmo período, a mediana de óbitos, que está em 1,80, teve queda de 30,77%. A taxa de transmissão chegou a 2,12 — um grupo de 100 pessoas infectadas transmite o vírus para outras 212.

O secretário-adjunto de Assistência à Saúde do DF, Fernando Erick Damasceno, adiantou, durante a coletiva, que o cenário deve piorar, mas que, por enquanto, não há necessidade de ampliação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs). "Esse rápido crescimento de casos não será acompanhado pelo aumento proporcional de internações e desfechos negativos (mortes)", avaliou. Ontem, os leitos públicos de UTIs voltados para o tratamento da covid-19 estavam com 71,88% de ocupação, sendo que, dos 55 leitos, 23 estão com pacientes, nove vagos e 23 bloqueados. Do total, quatro são do tipo neonatal, e todos estavam livres. Na rede privada, a taxa de ocupação era de 52%. Dos 138, 64 estavam ocupados, 61 livres e 13 bloqueados. As duas vagas pediátricas estavam sem pacientes.

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