Violência /

Pacientes espancam médicos

Profissionais de saúde do Centro de Saúde Monte Serrat, no Novo Gama (GO), foram agredidos por não fornecerem atestado médico a um casal. Uma das vítimas sofreu traumatismo cranioencefálico leve

Pedro Marra Samara Schiwngel
postado em 29/01/2022 00:01
 (crédito: Reprodução/Redes sociais)
(crédito: Reprodução/Redes sociais)

Um casal é acusado de agredir verbal e fisicamente dois médicos, com xingamentos, murros na cabeça e puxões de cabelo, no centro de referência da covid-19, no bairro Mont Serrat, no Novo Gama (GO), Entorno do Distrito Federal. Em um vídeo que circula nas mídias sociais, enquanto pessoas em volta tentam conter a briga, o paciente dá tapas e socos no médico, companheiro da médica que também foi agredida. O profissional de saúde chegou à unidade para tentar apaziguar a situação.

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) notificou os dois com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de lesão corporal dolosa. O motivo das agressões se deu porque o homem e a mulher, moradores de Santa Maria, pediram um atestado médico por diagnóstico de covid-19, mas não apresentaram o exame com resultado positivo para a doença. O casal recusou fazer um teste rápido no local.

À Polícia Civil de Goiás, um guarda municipal do Novo Gama detalhou o caso. Ele estava em outra unidade quando a equipe foi acionada para se deslocar até o posto de saúde da cidade, por conta da discussão.

O oficial chegou no posto de saúde quando a médica relatou que um dos pacientes puxou o cabelo e deu murros na cabeça dela. "A médica falou que logo depois seu esposo, e também médico, tentou separar a agressão quando o paciente entrou na briga", descreve a PCGO. O guarda municipal acrescentou à PCGO que a médica chorava muito. "No momento que chegou, presenciou as agressões verbais, mas não presenciou o momento em que a médica foi agredida fisicamente", diz a corporação.

Confusão

O marido da médica agredida detalhou a situação ao Correio. Ele afirmou que a agressora chegou à unidade médica alegando estar com covid-19 e pedindo atendimento médico. "Quando foi pedido o resultado do exame para emissão do atestado, ela alterou o tom de voz e se tornou ríspida. A médica atendeu mesmo assim e fez uma receita com a medicação a ser tomada na própria unidade. Insatisfeita por não ter recebido um atestado, pegou a médica pelos cabelos, jogou-a contra o chão, começou a puxar o cabelo e a bater a cabeça dela contra a parede e o chão, além de dar socos e murros", detalhou o médico. 

A médica agredida precisou ser levada ao hospital Maria Auxiliadora, no Gama, onde passou por exames. "Minha esposa ficou com traumatismo cranioencefálico, classificado como leve. Ela fez tomografia de crânio, que apontou uma lesão na região temporal direita, localizada acima do cranio. Ela ficou com muita dor muscular e precisou ser medicada", relatou a vítima, afirmando que a esposa segue recebendo medicação em casa. "Ela continua com muita dor e muito abalada, tanto física quanto emocionalmente", completou.

Em nota, a Prefeitura Municipal do Novo Gama repudia as agressões sofridas pelos profissionais de saúde. "Estamos tomando as devidas providências judiciais que estão sendo apuradas pela polícia", adianta o órgão", diz um trecho.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação