O presidente Jair Bolsonaro tem dado sinais de que prefere o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, a seu lado até o último dia do mandato — e num eventual segundo governo, caso seja reeleito — do que na condição de candidato nas próximas eleições. Anderson tem se firmado como um dos assessores mais próximos e presentes de Bolsonaro. Na última sexta-feira, o ministro da Justiça acompanhou as reuniões envolvendo a convocação pelo ministro Alexandre de Moraes do depoimento do presidente no STF. E tem participado de decisões tão importantes como essa de não comparecer ao depoimento. Como muitos ministros vão sair para disputar eleições, é possível que Bolsonaro peça para Anderson continuar e até amplie ainda mais o seu espaço no núcleo duro do governo. O ministro está no círculo mais próximo, onde entram apenas os filhos e assessores de confiança e tem acompanhado as viagens oficiais de Bolsonaro. Esteve com ele na assembleia geral da ONU, em setembro, viajou com o chefe para o Suriname, vai na próxima quinta-feira a Porto Velho para o encontrar com o presidente do Peru, José Pedro Castillo Terrones, e está na equipe que deve ir à Rússia no próximo mês. Bolsonaro vai precisar de apoio para governar nos meses de campanha e Anderson Torres não recusaria um pedido do presidente.
Amigos
Os ministros Flávia Arruda e Anderson Torres são amigos muito antes de ingressarem no governo Bolsonaro. Certamente serão aliados nas próximas eleições. Caso o ministro da Justiça e Segurança Pública seja candidato, o presidente Jair Bolsonaro vai tentar montar um alinhamento que inclua os dois ministros na chapa à reeleição de Ibaneis Rocha.
Grupos políticos aguardam definição de Flávia Arruda e de Reguffe
O mundo político do DF aguarda a definição de duas importantes candidaturas antes de fechar as chapas majoritárias: em que posições estarão a ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda (PL), e o senador José Antônio Reguffe (Podemos)? Flávia deve concorrer ao Senado e Reguffe ao governo. Mas também é possível que sejam adversários na disputa por um mandato de senador agora. Ou também concorrentes na corrida ao Palácio do Buriti. São dois importantes atores políticos da próxima eleição que aguardam o melhor momento para tomar uma decisão.
Guerreira
Durante essa fase de trabalho no governo do DF, a secretária da Mulher do DF, Ericka Filippelli, descobriu uma paixão: o taekwondo. Ela começou a praticar na academia do Buriti durante a pandemia, a convite do então secretário de Economia, André Clemente, com aulas virtuais. Quando houve a liberação das atividades físicas presenciais, Ericka começou a treinar com o Grão Mestre André de Oliveira, o maior nome do taekwondo no Brasil. "A prática da arte marcial teve uma grande importância na minha vida nesse tempo de pandemia. Me deu foco, disciplina e resiliência, tudo o que precisamos para enfrentar desafios. Eu verdadeiramente descobri uma paixão, me dediquei a ela com afinco", conta. No fim do ano, Ericka se graduou na faixa azul, a penúltima antes da da preta. E com mais dedicação e disciplina quer chegar lá no topo da arte marcial.
Metrô de Brasília faz 30 anos
Neste mês, completou 30 anos do início da construção do metrô de Brasília, um projeto criticado — pelo custo, pelas suspeitas de irregularidades e pela demanda — que hoje é considerado fundamental para a mobilidade urbana no Distrito Federal. O contrato foi assinado em janeiro de 1992, pelo então governador Joaquim Roriz, idealizado pelo secretário de Obras à época, José Roberto Arruda, com previsão para entrar em operação em 26 meses. Ninguém acreditava que seria possível. Hoje o metrô liga a área central da capital federal a Samambaia, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e Guará, onde vivem mais de um milhão de habitantes. Uma cidade, Águas Claras, foi erguida em meio ao projeto. Dúvidas ficaram enterradas e há a certeza de que, se hoje o sistema de transporte é ruim no DF, seria um caos sem o metrô.
Ibaneis recebe apoio da Igreja Mundial
(FOTO QUE MANDEI)
Na busca pelo eleitorado evangélico, o governador Ibaneis Rocha e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Gilvan Máximo, foram recebidos ontem na Igreja Mundial, em Taguatinga, pelo líder e bispo Alex Silva. Na igreja, Gilvan Máximo foi apresentado como candidato a deputado federal pelo segmento evangélico.
Investigação continua
O ministro Bruno Dantas, do TCU, negou pedido do Ministério Público de Contas para que fosse feita uma devassa por meio do Coaf e do Banco Central no contrato da empresa Alvarez & Marçal com Sérgio Moro, mas a investigação continua. Dantas pediu ao setor de inteligência do próprio TCU um relatório sobre o caso com informações de bases de dados públicas, a começar com estrutura societária, nomes dos sócios, número de funcionários. A depender dos desdobramentos, novas informações poderão ser levantadas sobre a relação das empresas envolvidas na Lava-Jato com a Alvarez & Marçal.
Mandou bem
Sem votos contrários, o Conselho de Administração da UnB decidiu pela exigência de comprovante de vacinação contra a covid-19 para ingresso em todas as edificações da universidade.
Mandou mal
Enquanto o número de casos de covid-19 bate recordes, mais de 30 milhões de doses da vacina Janssen estão paradas em um depósito do Ministério da Saúde, em Guarulhos, São Paulo.
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Só Papos
"Triste — porém merecido — fim de quem enriqueceu com a Lava Jato e quer ampliar lucros e fama na política, em um desmedido jogo de ganância, desonestidade moral e vaidade. Ah, sim, e também incompetência"
Ciro Gomes (PDT), sobre Sérgio Moro
"Falam que eu
enriqueci. Eu não enriqueci. Eu tinha um bom salário. É normal que, com todas as qualificações, você tenha um salário bom para os padrões dos Estados Unidos e da função que eu ocupava. Mas longe de qualquer perspectiva de enriquecer"
Ex-juiz Sérgio Moro, ao afirmar que nunca fez qualquer atividade que envolvesse empresas da Lava-Jato
Enquanto isso…
Na sala de Justiça
Muitos advogados e integrantes do Ministério Público criticaram, pelas redes sociais, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de marcar para a última sexta-feira o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura vazamento de documentos sigilosos, mesmo com o pedido do investigado de abrir mão de ser ouvido. O procurador Vladimir Aras, que não é um bolsonarista, postou nas redes sociais: "Ninguém, ninguém, nenhuma pessoa comete crime algum, se simplesmente não aparecer para depor".
À Queima Roupa
Melilo Dinis, advogado e analista do Portal Inteligência Política
"Os candidatos majoritários serão escolhidos com muito cuidado, considerando a relação custo/benefício em relação aos investimentos dos recursos do fundo eleitoral. Teremos uma menor taxa de renovação e de nomes que vão surpreender"
As eleições deste ano vêm com diferenças nas regras em relação às de 2018, como a impossibilidade de coligações para deputados e a precisão de criação de federações. Qual deve ser a influência nas disputas?
O modelo das eleições de 2022 tem como premissa a tentativa de afunilar as disputas proporcionais. Aumentou o papel da burocracia partidária e o acesso a mais recursos públicos. O jogo pesado estará na disputa das vagas na Câmara Federal.
Quem se beneficia com essas novas regras?
Especialmente os nomes conhecidos, os já testados nas urnas, e aqueles candidatos com o apoio dos maiores partidos políticos. Os candidatos majoritários serão escolhidos com muito cuidado, considerando a relação custo/benefício em relação aos investimentos dos recursos do fundo eleitoral. Teremos uma menor taxa de renovação e de nomes que vão surpreender.
Acha que o TSE e o STF, ao discutir as federações, vão permitir regras menos rígidas?
Não creio que os tribunais mudem as regras já estabelecidas, especialmente considerando o calendário eleitoral muito enxuto de 2022.
Se as infecções por covid-19 continuarem crescendo, como vai ser a campanha presidencial em meio à pandemia?
Se o quadro pandêmico se mantiver, a campanha presidencial será concentrada nas interações por redes sociais, campanha de rádio e televisão e carreatas, com pouquíssimos eventos públicos tradicionais como comícios.
Acredita que a crise sanitária ajuda ou atrapalha o discurso de continuidade?
Diante da pandemia todos os governantes serão julgados pela capacidade maior ou menor de enfrentá-la. Os concorrentes vão apostar nas críticas. No caso da disputa presidencial, o pandemônio ante à pandemia e a economia serão os principais temas.
Como o aumento do fundo eleitoral para R$ 4,9 bilhões vai impactar nas campanhas?
A abundância de recursos à disposição das candidaturas em 2022, o maior valor de dinheiro público do planeta para eleições, permitirá mais clientelismos e muitas estratégias de conquista eleitoral. Do lado do eleitor, essa quantidade de dinheiro aumentará a responsabilidade. Como digo, não faça do voto uma arma. A vítima pode ser você.