A Polícia Federal prendeu em flagrante, ontem, dois homens por crime de descaminho — introdução de mercadoria estrangeira no território nacional, em quantidade superior ao limite legal e sem a devida documentação fiscal. A prisão aconteceu no Aeródromo Planalto Central, conhecido como Aeródromo Botelho, em São Sebastião.
Com os suspeitos, os policiais recolheram 400 aparelhos celulares, mercadoria avaliada em, aproximadamente, R$ 4 milhões. A operação, realizada em parceria com as polícias Militar e Civil do Distrito Federal, a PM de Goiás e a Receita Federal, teve apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Além dos produtos ilegais, os policiais apreenderam um avião monomotor e um veículo encontrados no local. Os dois homens foram levados à Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal, em Brasília, para cumprimento das "medidas cabíveis". Se condenada, a dupla pode pegar até oito anos de prisão.
Memória
Em 2013, o Correio detalhou com exclusividade um esquema milionário que ocorria no Aeródromo Botelho. A demanda por espaços para pousos, decolagens e para guardar aeronaves impulsionou o negócio. O terminal privado foi construído em uma antiga fazenda, na área rural de São Sebastião, em um local que deveria se destinar a atividades agrícolas.
A pista, às margens da BR-251, tem 1.750 metros, quase o equivalente ao espaço para pousos e decolagens do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Empresários, políticos e fãs de aviação costumam dividir o local, que fica em uma área de quase mil hectares. Atualmente, é utilizado para voos não comerciais, com operação de aeronaves de pequeno porte.
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