Idosos entre principais vítimas

Dados da Secretaria de Saúde revelam que 82,3% das vítimas que não resistiram às complicações da covid-19 neste ano eram pessoas com mais de 60 anos e sem a imunização necessária. Pasta reforça importância da vacinação

Cibele Moreira
postado em 12/02/2022 00:01
 (crédito: YouTube/Reprodução)
(crédito: YouTube/Reprodução)

Levantamento feito pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) aponta uma mudança expressiva no perfil das vítimas do novo coronavírus. A maioria das pessoas que morreram por complicações da doença, este ano, não foram vacinadas ou estão com o esquema de imunização incompleto — o que inclui a dose de reforço. Entre 1º de janeiro e 7 de fevereiro, a pasta notificou 106 óbitos em razão da covid-19. Desse total, 79 (82,3%) eram idosos sem a devida proteção contra o Sars-CoV-2. Os dados foram divulgados em coletiva de imprensa, ontem. 

O impacto da imunização também se reflete na taxa de mortalidade desse grupo etário. O indicador é de 164,2 para não vacinados: a cada grupo de 100 mil habitantes, 164 pessoas com mais de 60 anos não imunizadas morrem por causa da covid-19 na capital federal. No entanto, em relação à parcela da população com ciclo vacinal completo, esse número cai para 4,9. O resultado é 33 vezes maior entre aqueles que não tomaram todas as doses.

Desde o início da pandemia, 7.027 idosos perderam a vida para a doença no DF. Apenas ontem, foram 11 notificações de pessoas dessa faixa etária. O secretário de Saúde, Manoel Pafiadache, ressaltou a necessidade de que a população complete o ciclo vacinal para diminuir os casos graves da doença. "Temos feito um esforço muito grande para aproximar o máximo possível a vacinação (do público), por meio das nossas unidades básicas (UBSs). Nós temos vacinação na Rodoviária. Agora, trabalhamos para, na semana que vem, colocar um posto na Estação de Metrô 102 Sul, para atender, principalmente, pessoas com deficiência", reforçou o chefe da pasta.

Internações

A taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede pública destinadas ao tratamento da covid-19 chegou a 91,6%, ontem. Dos 122 leitos ?para atendimento desses pacientes, apenas nove estavam vagos. A maioria dos internados são pessoas com mais de 60 anos. Há, ainda, uma fila de espera de 40 pessoas que aguardam transferência para um leito, dos quais 23 são idosos.

Dados da Secretaria de Saúde apontam aumento de 12,7% na procura por um leito de UTI entre a população de 60 e 64 anos desde 30 de abril de 2020, quando a campanha de imunização contra a covid-19 começou para essa faixa etária. No entanto, a realidade vai na contramão do observado entre os infectados de 75 a 79 anos, cujas internações apresentaram queda de 42,1% na comparação com o verificado à época do início da vacinação desse publico, entre fevereiro e março de 2020.

Para atender à demanda crescente dos casos que precisam de atenção hospitalar, o Governo do Distrito Federal anunciou a contratação de mais 100 leitos, no Hospital da Polícia Militar. "Estamos em contato, também, com hospitais particulares, para ampliar a oferta de leitos conveniados na rede privada", destacou Pafiadache. 

Casos

O Distrito Federal registrou, ontem, 3.206 novos casos da covid-19. Ao todo, a capital do país soma 656.406 infecções pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Desse total, 11.280 pessoas morreram por causa de complicações da doença.

Após as novas notificações, a média móvel de casos dos últimos sete dias caiu 25,5% em relação a 14 dias atrás. Já o indicador referente às mortes cresceu 152% na comparação com a mesma data. A taxa de transmissão fechou o dia em 1,22 — cada grupo de 100 infectados transmite o vírus para, em média, outras 122 pessoas.

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Dose de reforço

Devido ao pouco quantitativo de vacinas da fabricante Pfizer no Distrito Federal, a dose de reforço para a população acima dos 18 anos, com as duas doses há pelo menos quatro meses, será feita com os imunizantes da AstraZeneca ou Janssen. A mudança anunciada pela Secretaria de Saúde (SES-DF) seguirá até a chegada de novo lote da Pfizer na capital. Para quem recebeu a vacina da Janssen a aplicação da dose adicional é de dois meses após a primeira vacina. Outra exceção são as grávidas e puérperas, que devem receber a dose de reforço da Pfizer quatro meses após a segunda dose. Neste caso, a mulher precisa levar um exame que comprove a gestação. Adolescentes de 12 a 17 anos imunossuprimidos devem receber o imunizante Pfizer. Não haverá mudança na imunização das crianças. 

 

 


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