Crime

Família vítima de tragédia em Planaltina é enterrada neste domingo

Os corpos das vítimas da tragédia de Planaltina foram liberados no sábado para que familiares do policial militar pudessem organizar o enterro que ocorrerá hoje, sem velório, já que todos estavam com covid-19

Júlia Eleutério
postado em 13/02/2022 06:00
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

Os familiares de Nilson Cosme dos Santos, 48 anos, sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), foram, sábado (12/2), ao Instituto Médico Legal (IML) para liberar os corpos da família vítima da tragédia de Planaltina. Por volta das 11h, os dois irmãos do policial chegaram para fazer a retirada, ficando por cerca de três horas no local até finalizar o processo e o carro da funerária levar os corpos.

O sargento, a esposa, Maria de Lourdes Furtado, 50, e os dois filhos do casal, Isaac Furtado dos Santos, 21, e Lucas Furtado dos Santos, 16, serão sepultados juntos. Todos os quatro haviam testado positivo para covid-19 e estavam em isolamento em casa quando ocorreu o crime, por esse motivo não devem ter velório, apenas sepultamento. O Correio optou por não divulgar o horário e o cemitério em que será realizada a cerimônia de despedida em respeito à família.

Ao Correio, os parentes de Maria, Isaac e Lucas informaram, na sexta, que ainda não sabiam se os três seriam enterrados no Ceará. Segundo uma prima, por conta do alto custo de logística, seria difícil realizar o trajeto com os corpos para a cidade natal de Maria, em Mauriti.

Tragédia em Planaltina

No fim da tarde da última quinta-feira, os corpos do sargento, da esposa e dos dois filhos foram encontrados com marcas de tiros no interior da casa onde moravam, no Setor Tradicional de Planaltina. A residência tinha sido incendiada. A PMDF e o Corpo de Bombeiros Militar do DF foram acionados para atender à trágica ocorrência.

A dinâmica e a motivação do crime estão sendo investigadas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas a principal hipótese é de que o sargento da Polícia Militar do DF tenha assassinado a mulher e os dois filhos do casal. Na sequência, teria ateado fogo na casa e cometido suicídio. Alguns indícios relatados ao Correio por familiares demonstravam que o militar apresentava sinais de depressão e instabilidade.

Os quatro corpos foram encontrados em um quarto da residência, com a porta fechada e sem sinais de arrombamento, segundo o delegado Eduardo Chamon, da 16ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso. A cena da tragédia, relatada à polícia pelos bombeiros e pelos policiais militares que estiveram no endereço, pode ajudar a entender mais detalhes dos crimes.

Para a polícia, ainda há dúvidas se Nilson teria matado a mulher e os filhos no quarto onde os corpos foram encontrados ou se ele teria levado para lá antes do incêndio. O trabalho da perícia foi pedido em caráter de urgência.

Pouco antes de a tragédia acontecer na casa, Nilson ligou para o 14º Batalhão de Polícia Militar de Planaltina, onde trabalhava, e teria confessado que mataria a família. Por telefone, o operador que recebeu o chamado ouviu os disparos e, imediatamente, enviou uma equipe para a residência do sargento, que fica próximo ao batalhão.

 

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Tentativa de atendimento

Maria de Lourdes, uma das vítimas da tragédia, procurou o Serviço de Bem-Estar Social (SBES), que funciona como apoio para policiais e suas famílias, um dia antes do crime. Em contato com o Correio, o chefe do Centro de Comunicação Social da PMDF, coronel Edivan Sousa, contou que a esposa do sargento ligou para o SBES afirmando que o marido estaria muito triste e depressivo por conta da morte do pai. "Quando questionada se ele precisava de internação, a senhora afirmou que não seria o caso", disse o coronel.

Ainda de acordo com Edivan, o SBES estava se programando para ir até a casa do sargento. "Havia um atendimento agendado, mas, infelizmente, não houve tempo para que ele fosse feito", lamentou o oficial.

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