Em busca da concretização das promessas feitas aos policiais civis pelo governador Ibaneis nas eleições de 2018, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, Alex Galvão, tem se reunido com os secretários de Economia e de Segurança do GDF. Presente nesta segunda-feira (14/02), no CB Poder, programa de entrevista fruto da parceria da TV Brasília com o Correio Braziliense, ele falou à jornalista Ana Maria Campos sobre as negociações para alcançar a paridade de vencimentos entre a Polícia Civil na capital e a Polícia Federal. Embora a categoria calcule a necessidade de um reajuste de 25%, a expectativa é de que o índice a ser concedido fique em 10%.
Como estão as negociações
da paridade?
Estamos tratando da paridade desde o início do governo Ibaneis (MDB). Em 2019 foi encaminhada uma proposta parcelada. Mas, o que seria 37% se tornou 8%, e nós não perdemos isso de vista. Tivemos também a Lei Complementar 173, que proibiu aumentos parcelados que ultrapassem o mandato do Executivo. Agora, a gente está em um momento de tentar construir um percentual, junto ao GDF, que possa nos levar à paridade ou, se não for possível, que pelo menos diminua esse fosso que foi criado entre os (vencimentos dos) policiais civis e os (dos) policiais federais.
Tudo o que tiver que sair tem
que sair este ano ainda, certo?
Exatamente. A gente tem até o início de abril para ter a lei e até junho para o gasto. Temos essa janela agora. A gente sabe que o fundo aumentou em 2.7%, o que deu em torno de R$ 400 milhões de reajuste ao GDF. Nosso deadline aqui no DF é este mês de fevereiro. No governo federal é o mês de março, porque nós somos organizados e mantidos pela União. Então, toda lei de recomposição salarial nossa vem do governo Federal.
Tem que haver tempo para aprovar no Congresso, então. Vocês têm confiança de que se negociarem com o governador Ibaneis, as coisas na presidência vão andar também?
Nós vamos precisar do apoio do governador Ibaneis nesse sentido. Ele é a pessoa que vai poder tratar diretamente com o presidente. Nós estamos, desde dezembro de 2021, sentando com o Secretário de Economia e com o Secretário de Segurança. Verificamos onde poderíamos trabalhar dentro do nosso orçamento para que isso fosse definido. Agora, a gente também não queria ficar dependendo do governo Federal. Vamos supor que lá não haja nenhuma recomposição, mas a gente consegue ter um avanço por aqui, fazendo o dever de casa.
Em relação ao Governo Federal, vocês têm um aliado, que é o presidente do Sindepo-DF, o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, que foi assessor da ministra Flávia Arruda (PL). Ela está envolvida nesse assunto?
Nós podemos dizer que temos dois interlocutores do GDF diretamente no governo, que são o ministro Anderson Torres (PSL) e a própria ministra Flávia (Arruda). São pessoas com quem já tivemos uma primeira conversa, pedindo apoio por meio dessa interlocução. Porque aqui, no DF, praticamente o dever de casa já foi feito. A gente precisa que essa reestruturação seja desenhada no governo federal.
Vai sair a assistência à saúde?
Se Deus quiser. Com muita luta, a Medida Provisória (MPV) 1014 deu aquela organização básica à Polícia Civil. O deputado Luís Miranda (DEM) foi o relator dessa MPV e, com o trabalho do sindicato, inseriu a possibilidade de assistência à saúde, que é uma demanda antiga.
O Dr. Robson Cândido anunciou que vai ter concurso para delegado e para agente.
Qual é a necessidade de
efetivo hoje da polícia?
Hoje o cargo de escrivão é o pior deles. Nós temos, hoje, 34% dos cargos ocupados, o restante está vago. Os policiais civis, estão na faixa de 58% a 60% vago, mais da metade dos cargos estão vagos. Os melhores efetivos são o de papiloscopistas, com 75% dos cargos ocupados e o de delegados, com 72% dos cargos ocupados. Os demais estão na faixa de 50% a 55%.
Será que vai ter
concurso já este ano?
O concurso para agente e escrivão está acontecendo. Com curso de formação em 2023 e posse em 2024. Nós, inclusive, estamos, junto com o pessoal da comissão, trabalhando para encurtar esse prazo para que esses policiais possam logo estar conosco, porque, realmente, hoje, as delegacias só estão abertas em função do serviço voluntário, quando os policiais trabalham na folga.
Sobre o reajuste, qual é o
índice que você acha que sai?
Eu queria 25% para equiparar com a Federal, mas pelas negociações, nós temos uma expectativa aí de 10%, mais ou menos.
*Estagiário sob a supervisão
de Layrce de Lima.
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