Palavras de especialista

Correio Braziliense
postado em 23/02/2022 00:01

"Medidas devem ser adotadas tanto pelos gestores em diferentes frentes/instituições, pelas forças de segurança pública, quanto pela população que circula com frequência pelo local. Desde garantir que o fluxo e a permanência pelo mínimo de tempo necessário aconteça, o que depende, também, da prestação eficiente do serviço de transporte pelo Estado e pelas empresas de ônibus e outras demais que usam dependências para atividades de comércio sob concessão.

À administração, cabe garantir uma melhor infraestrutura do local, com iluminação adequada, suporte de gestão, com atendimento rápido e eficiente à população que transita pela rodoviária; priorizando o reforço da segurança, com efetivo policial compatível e proporcional à demanda por policiamento preventivo, operacional/ostensivo, tecnicamente capacitado para garantir o mesma sensação de segurança propiciada às áreas cívicas e consideradas nobres de Brasília. A presença das forças policiais na rodoviária pode diminuir a sensação de medo e insegurança que a população, muitas vezes, tem, mas a militarização dos espaços públicos pode também afrontar o exercício pleno da cidadania.

Cabe à sociedade ponderar esse diálogo com civilidade, participação cidadã e compromisso com a coisa pública. Cuidar da segurança é um dever de todos. A população deve acompanhar e fiscalizar a gestão dos espaços e serviços públicos pela Administração, aparelhada dos meios necessários de atendimento, canais institucionais de comunicação para denúncias, reclamações, elogios etc. A participação da população e de toda a sociedade na cogestão da rodoviária e dos demais espaços públicos de nossa cidade é um exercício também de cidadania, de confiança nas instituições, além do compromisso e do cuidado com a coletividade, consigo e com o próximo. Em matéria de segurança pública, a exemplo de outras, a prevenção deve ser prioridade, deve-se avaliar a gestão dos riscos e trabalhá-los."

Welliton Caixeta Maciel,

professor de antropologia do direito na Universidade de Brasília (UnB), pesquisador do Núcleo
de Estudos sobre Violência e Segurança (NEViS/CEAM/UnB)
e do Grupo Candango
de Criminologia
(GCCrim/FD/UnB)

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