Obituário

Engenheiro deixa legado de empreendedor

Dario de Souza Clementino morreu após complicações em decorrência da covid-19. Ele participou de obras importantes em Brasília e foi conselheiro do CREA-DF

Após apresentar piora repentina do estado de saúde, o vice-presidente e conselheiro da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) Dario de Souza Clementino morreu na madrugada de ontem, ao não resistir às complicações da covid-19. Ele estava na UTI e, há dois dias, havia sido transferido para o quarto. Ele também atuou como conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF). Nascido em Mariana, Minas Gerais, Dario tinha 79 anos.

Pelas redes sociais, o Crea-DF emitiu uma nota de pesar. "É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do Engenheiro Civil Dario de Souza Clementino, conselheiro do Crea-DF até a última gestão em 2021. Dario foi um profissional muito atuante, sempre participativo nas entidades de classe, e deixa um grande legado e contribuição para a engenharia. O Crea-DF, por meio de sua presidente, presta condolências aos familiares e amigos do Engenheiro Dario Clementino e se solidariza neste momento de dor."

Engenheiro civil, ele também participou, como responsável técnico de grandes obras no DF, como o Edifício sede dos Correios, com 30 pavimentos e 77 mil metros quadrados, do Hospital Regional da Asa Norte, além de trabalhar nos projetos de toda a 206 Norte, com os seus 11 edifícios residenciais, no Eron Hotel, no Edifício BRADESCO no Setor Comercial Sul e em duas grandes ampliações do Park Shopping.

Dario Clementino também foi fundador da Câmara de Conciliação e Arbitragem da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). Ele formou-se em engenharia civil em 1967 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, desde então, passou a trabalhar na área. Ao longo dos anos, prestou serviços a diversas empresas do ramo. Por oito anos, foi vice-presidente do Fórum Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (FDES).

Empresário do setor da construção, foi diretor na Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) entre os anos de 1992 e 2001. Assumiu a 2ª vice-presidência da Federação de 2002 a 2006 e, de 2010 a 2014, tomou a frente dos temas ambientais da instituição como diretor de Meio Ambiente. Em 2018, foi empossado como diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fibra, cargo que ocupava até o momento.

Em 2004, Dario recebeu da Fibra a Medalha do Mérito Industrial, comenda concedida a empresários e cidadãos que se destacam pelo trabalho dedicado ao desenvolvimento da indústria do DF. No ano de 1999, foi homenageado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região com a Ordem do Mérito Dom Bosco.

A Fibra comunicou também, com grande pesar, a morte do diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação, Dario de Souza Clementino. "Dario era um visionário. Ainda nos anos 1990, enxergava as questões ambientais da indústria como um ponto de atenção pela ótica da preservação do meio ambiente, mas via ali também uma grande oportunidade de desenvolvimento, um novo caminho que se abria para o desenvolvimento industrial", afirma o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar.

"A indústria perde uma liderança, um homem de grande inteligência e que sempre esteve à frente de seu tempo, com ideias e projetos que ele deixa como legado. Neste momento de enorme tristeza, transmito minhas condolências aos amigos e a toda a família de Dario, em especial a dona Irene, esposa e grande companheira dele", diz Jamal. Em homenagem a Dario, o presidente da Fibra determinou luto de três dias na instituição, com bandeiras a meio mastro nas unidades do Serviço Social da Indústria do DF (Sesi-DF), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do DF (Senai-DF), do Instituto Euvaldo Lodi do DF (IEL-DF) e na sede da Federação.

Família

A família de Dario também emitiu um comunicado. Na mensagem, os parentes agradecem o carinho das pessoas que prestaram apoio durante essas semanas. "Foi um guerreiro em toda sua vida, inclusive, nestes momentos finais [...]. Dario deixou um legado de amor e trabalho. Um grande esposo, pai, amigo, companheiro. Sorte de todos nós que tivemos o privilégio de conviver com ele. Na certeza de estar em um lugar de paz e descanso, oremos juntos pela sua alma", lamentou.

"Ele foi um grande homem. Administrou várias obras aqui em Belo Horizonte e em Brasília. Era um democrata, que lutou pelo imposto único. É uma vítima da ômicron", lamentou o irmão Marcio Clementino. O enterro do grande engenheiro está marcado para hoje, às 15h30 no cemitério Campo da Esperança, Asa Sul. O velório ocorre na capela 6, entre 13h e 15h.

* Estagiário sob a supervisão
de Nahima Maciel