Homicídio

Polícia investiga duas versões sobre soldado da PMDF que matou homem em Goiás

O crime aconteceu em Planaltina de Goiás, em frente a um bar da região. Uma testemunha contou à polícia que o PM atirou na vítima assim que ela desceu do carro. No entanto, a versão da namorada do soldado é contrária

Darcianne Diogo
postado em 03/03/2022 23:57
Homem foi morto com um tiro no peito em frente a um bar -  (crédito: Redes sociais)
Homem foi morto com um tiro no peito em frente a um bar - (crédito: Redes sociais)

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) trabalha com uma segunda versão para as investigações no caso do soldado Jackson Portugal de França,  da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), preso por atirar e matar um homem em frente a um bar, em Planaltina de Goiás, na madrugada da quarta-feira (3/3). Na delegacia, a namorada de Jackson afirmou que a vítima, Willas Santos da Silva Luz, passou a ofender e xingar o policial.

O crime é investigado como homicídio pelo 7ª Grupo de Investigação de Homicídios de Planaltina (GIH). Jackson foi preso em flagrante momentos depois na casa da namorada, na Quadra 02 do Setor Norte da cidade. O delegado à frente do caso, Antônio Humberto, colheu depoimentos de testemunhas e segue com a investigação para apurar as versões dos fatos.

Em depoimento, uma das testemunhas relatou que o PM estava brincando com um spray de pimenta em frente ao Bar Texas. Isso teria causado uma discussão entre o policial e a namorada. Pouco tempo depois, Willas Santos passava de carro no local com um amigo, mas resolveram parar próximo ao estabelecimento ao reconhecer um colega.

O colega de Willas desceu primeiro do veículo, momento em que o soldado tentou atingi-lo com o spray de pimenta, mas sem sucesso. Willas, ao ver a situação, também desembarcou do carro e foi atingido com um tiro no peito. O homem foi socorrido pelo colega e encaminhado ao Hospital Santa Rita de Cássia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Segunda versão

Diferente do primeiro depoimento, a namorada do soldado contou, na delegacia, que, de fato, houve uma briga entre o casal. “Na versão dela, eles tinham discutido, pois ela havia o chamado para ir embora e ele não queria ir”, afirmou o delegado.

Ainda de acordo com a mulher, Jackson mostrava o spray de pimenta para o segurança da festa, momento em que Willas passou de carro, viu a discussão e desceu do carro xingando, ameaçando e ofendendo o PM. O PM, então, teria pedido para que o rapaz saísse do local, pois não queria confusão. “Ela conta que, em dado momento, o policial usou o spray para afastar o homem. A vítima teria pegado o spray das mãos do PM”, detalhou o investigador.

Tanto o spray, quanto a arma de fogo, pertencente à PMDF, foram apreendidos. Segundo o delegado, o caso é apurado como homicídio. “Ainda é prematuro fazer qualquer afirmação. Outras circunstâncias precisam ser analisadas”, pontuou. Jackson passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (4/3) e pode ter a prisão flagrante convertida em preventiva.

O que diz a PMDF?

Em nota oficial, a corporação esclareceu que o policial será afastado da atividade operacional e irá instaurar um processo administrativo para apurar todas as circunstâncias, bem como acompanhará "o devido processo legal da justiça comum para que diante da materialidade dos fatos adote novas ações". Ainda em nota, a corporação afirmou que "não admite nem compactua com desvios de conduta de qualquer de seus integrantes”.

Em nota oficial, a corporação esclareceu que o policial será afastado da atividade operacional e irá instaurar um processo administrativo para apurar todas as circunstâncias, bem como acompanhará "o devido processo legal da justiça comum para que diante da materialidade dos fatos adote novas ações". Ainda em nota, a corporação

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