Violência

Vinte presos e R$ 10 milhões de prejuízo

Paulo Martins*
postado em 12/03/2022 00:01
 (crédito: Divulgação/Divicom - PCDF)
(crédito: Divulgação/Divicom - PCDF)

Um esquema de fraudes financeiras foi desmanchado por policiais civis de Goiás do Distrito Federal. A estimativa é de que R$ 10 milhões foram retirados das vítimas. Ao todo 20 suspeitos foram presos, ontem, por meio da Operação Deep Sea — referência ao crime de "phishing" (pesca, em inglês).

Iniciadas em março do ano passado, as investigações tiveram como base um caso, justamente, de "phishing" contra um estabelecimento de Taguatinga. Na ocorrência, um criminoso se passou por funcionário de uma instituição bancária e emitiu um boleto falso, no valor de R$ 200 mil. Os códigos de barras enviavam o dinheiro para o CNPJ de empresas fantasmas criadas por membros da quadrilha, para simulação, fraude e ocultação dos valores subtraídos.

A organização criminosa seguia etapas, funções e hierarquias, contando com hackers, líderes e chefes, além de repassadores e recrutadores, responsáveis pelas contas que recebiam o dinheiro fraudulento aos altos cargos da quadrilha. A investigação policial aponta 200 vítimas, com prejuízo de R$ 10 milhões. Junto do grupo que realizava os crimes, foram apreendidos máquinas de cartão e diversos cartões de crédito.

A contadora Adeyde Viana, 53, foi uma das vítimas da quadrilha. Ela recebeu uma mensagem de alguém se passando pela filha, Cinara Viana, 28, pedindo um empréstimo de R$ 1 mil. "Essa pessoa falou comigo me chamando da mesma forma como a minha filha me chama. Tinha dito que quebrou a tela do telefone e que precisaria comprar outro. Eu recebi um boleto e paguei, na conta-poupança de um cara chamado Renato", detalha Adeyde.

Depois, a contadora ligou para a filha, para confirmar a veracidade do pedido. Quando se deu conta de que era um golpe, ela entrou em contato com a gerência do seu banco, que bloqueou a transação. "Eu registrei um boletim de ocorrência e estou esperando o desbloqueio desse dinheiro e o retorno dele", conta.

Cuidados

Delegado responsável pelo caso, Wisllei Salomão frisa que o comportamento de Adeyde é o correto a se fazer. "A linguagem e os números são bastante similares aos utilizados em bancos. O boleto deve ser averiguado, quanto à sua originalidade: não se deve clicar em links de SMS, e-mail e apps de mensagem, caso o serviço não tenha sido solicitado. Além de conferir os dados, para observar as informações do recebedor e a quantidade de dinheiro, deve-se conferir os números de código de barras, que precisam constar acima e abaixo no documento, com numeração igual", adverte.

Os presos foram encaminhados para Goiânia e para o Novo Gama (GO). Os crimes eram praticados desde 2019. No DF, os mandados foram cumpridos em Ceilândia, Santa Maria, Gama, Riacho Fundo 1, Sobradinho e Planaltina. Em Goiás, os criminosos aplicavam os golpes em Goiânia, Cristalina e Novo Gama. Os suspeitos podem responder pelos crimes de fraude eletrônica, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho

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