As inconfundíveis águas do Mediterrâneo, de um azul que a gente nunca mais esquece, envolvem a Sicília, cuja capital é Palermo, situada na costa Norte da ilha.
Naquela ilha de sonho e pura beleza, com construções históricas e praias paradisíacas, nasceu Francesco Azzarello. Ainda rapaz, o siciliano frequentou faculdade de economia e comércio na Universidade Luiss, em Roma, e pensava em se especializar como executivo de uma grande empresa no exterior. "Apaixonado por política e economia internacional, me veio essa ideia, e deu certo!", diz o italiano.
Seguindo a carreira diplomática, Francesco foi designado para a Embaixada da Itália em Teerã, ao final da guerra Irã-Iraque. "Fui primeiro-secretário Comercial durante três anos", conta.
Depois do primeiro posto em Teerã, foi cônsul da Itália em Adelaide, na Austrália Meridional; vice-chefe de Missão em Tirana, na Albânia; primeiro-conselheiro e, depois, ministro Plenipotenciário — coordenador político no Conselho de Segurança na Missão Permanente da Itália junto à ONU, em Nova York; embaixador da Itália em Haia, na Holanda; e representante permanente da Itália junto à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAC); embaixador da Itália no Suriname; e, desde 7 de Janeiro de 2020, em Brasília.
Começando como primeiro-secretário Comercial em Teerã, no Irã, o embaixador explica que os diplomatas italianos alternam cargos no exterior com trabalhos em diversos setores, no Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional em Roma.
Casado, com Olga, Francesco Azzarello tem duas filhas: Vittoria e Severa.
Na carreira, o tempo é um dado preponderante na vida de um diplomata. Francesco atuou na Missão Permanente da Itália nas Nações Unidas, em Nova York, durante seis anos, "porque a Itália aderiu ao Conselho de Segurança como membro não permanente (2003/2008). Normalmente, um diplomata italiano permanece, no máximo, quatro anos em um escritório no exterior, e a aposentadoria chega aos 65 anos, sendo que a idade média de início de carreira é de cerca de 27 anos", informa o embaixador italiano.
Na rotina, muitas surpresas, incertezas e ansiedade podem fazer parte do dia a dia, quando chegam a um país diferente. "Normalmente, os diplomatas têm pressa em se estabelecer e poder trabalhar e viver uma vida 'normal' o mais rápido possível após a chegada. Os tempos diferem em cada país. Quem não é embaixador tem o problema de encontrar um lar, etc.", observa Francesco Azzarello.
"Para nós, é essencial conhecer o país, tentar entender sua gente. Todos os diplomatas viajam pelo país de acreditação, a trabalho ou turismo", ressalta. Sondar, explorar as belezas naturais, sua gente, usos, costumes e tradições, conhecer a fauna e a flora, devem trazer uma experiência de vida e de carreira incríveis e curiosas, assim como lembranças, assunto que conduziu nossa entrevista. "Certamente, não é uma lembrança 'pitoresca' e, hoje, talvez, eu nem deveria mencioná-la, em consideração aos terríveis acontecimentos no Leste Europeu. Porém, o céu azul de Teerã sempre permaneceu na minha mente. Eu tinha acabado de chegar de Roma, muito jovem, em minha primeira sede, em abril de 1988, durante a última semana da dita 'guerra das cidades' (Teerã/Bagdá). E, cada vez que a sirene de alarme tocava, eu saía e tentava identificar no céu o míssil que estava chegando sobre a cidade (felizmente, restavam pouquíssimos mísseis). Olhava para o motor traseiro que se afastava e esperava que não caísse sobre nossas cabeças ou nas proximidades", recorda-se.
Falando de nosso país, o embaixador frisou que "o Brasil é um colosso, muito rico, um país do futuro, que deve continuar desempenhando esse papel de grande responsabilidade pró-ativa na comunidade internacional, como convém a um membro relevante do G20. Ou seja, ajudando a promover o desenvolvimento pacífico e sustentável da vida em nosso planeta. Brasília tem seu grande charme, além de uma extraordinária qualidade de vida. É, obviamente, muito diferente de outras cidades. Os italianos amam o Brasil e vice-versa. Só posso desejar a todos paz, serenidade e carinho".
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