Investigação

"Influenciou pessoas do país inteiro", diz delegado sobre youtuber preso

Quatro mandados de prisão temporária foram cumpridos na manhã desta segunda-feira (21/3) no âmbito da operação Huracán

Darcianne Diogo
Pedro Marra
postado em 21/03/2022 12:28 / atualizado em 21/03/2022 15:04
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sobre um esquema de lavagem de dinheiro e prática de jogos de azar que resultaram na prisão do youtuber Kleber Moraes, o Klebim, revelaram que o acusado era o “01” do DF no negócio da venda de rifas ilegais. Quatro mandados de prisão temporária foram cumpridos na manhã desta segunda-feira (21/3) no âmbito da operação Huracán.

Ao Correio, o delegado à frente do caso, Fernando Cocito, explicou como Klebim agia. Por dois anos, o youtuber usou o nome da mãe para comprar os veículos e fazer as rifas clandestinas. “Ficava exibindo esse carro nas redes sociais e fazia rifas. O dinheiro da rifa entrava e ia para uma empresa de fachada. Lá, ele branqueava e lavava o dinheiro para comprar outros carros”, detalhou.

A atividade ilegal de Klebim influenciou pessoas do Brasil inteiro, segundo a polícia. “Ele era o 01 do DF. Todo mundo o via faturando muito dinheiro e começou uma enxurrada de rifas ilegais em todo o país. A rifa é o menor problema, é uma contravenção penal. Mas é o que permite a engrenagem da lavagem funcionar”, frisou.

Fernando Cocito, delegado à frente das investigações
Fernando Cocito, delegado à frente das investigações (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

A apuração policial mostrou, ainda, que todos os envolvidos sabiam que a atividade era irregular. “Em várias oportunidades, percebemos que eles tinham ciência de que seriam descobertos e presos. Havia um esforço do grupo em terminar logo a loja de carros, para que as rifas ficassem com menos evidência”, completou o delegado.

Além de Klebim, foram presas outras três pessoas, incluindo o sócio dele, Vinícius Couto Farago, 30 anos, indiciado por homicídio doloso por atropelar e matar o jovem Matheus Menezes, 25, no Guará. Nesta segunda-feira (21/3), investigadores da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRF/Corpatri) cumpriram os mandados de prisão temporária no Plano Piloto, em Águas Claras, no Guará e em Samambaia.

Segundo as investigações, os criminosos movimentaram cerca de R$ 20 milhões em apenas dois anos por meio do sorteio de rifas e lavagem de dinheiro utilizando empresas de fachada e “testas de ferro”.

Em nota, o advogado do youtuber, José Sousa de Lima disse a prisão é arbitrária, desproporcional e ilegal. “Fruto de uma pirotecnia para criar constrangimentos e fatos midiáticos. Confiamos que o poder judiciário corrigirá essa arbitrariedade revogando imediatamente essa prisão”, afirmou.

Ostentação

Com 2,5 mil metros quadrados de área, a mansão luxuosa de Klebim avaliada em R$ 4 milhões fica situada no Park Way e contava com cinco quartos, cinco suítes, três salas, nove banheiros e nove vagas para carros. O imóvel esbanja um espaço de lazer completo, com direito à piscina aquecida em três níveis, churrasqueira, sauna, espaço para fogueira, ofurô e sala de jogos.

O projeto de fino acabamento tinha, ainda, um escritório reservado com acesso direto ao jardim do terreno e uma cozinha integrada à sala e área de lazer. Das cinco suítes, três delas vinham com closet e acabamento de porcelanato. E, para fechar, um mirante possibilita a vista para o Plano Piloto

Com autorização judicial, foram sequestrados nove veículos, entre eles um Lamborghini/Huracan e uma Ferrari/458 Spider, avaliados, cada um, em R$ 3 milhões. Também foi sequestrada uma mansão do líder da associação criminosa, no Park Way e determinado o sequestro de R$ 10 milhões das contas dos investigados. Além dos veículos sequestrados, foram apreendidos vários outros carros, uma motocicleta e um jet-ski.

 

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  • Klebim realizava sorteios de rifas de carros de luxos pelas redes sociais e depois comprava novos veículos no nome de empresas laranja
    Klebim realizava sorteios de rifas de carros de luxos pelas redes sociais e depois comprava novos veículos no nome de empresas laranja Foto: Reprodução/Redes sociais
  • Fernando Cocito, delegado à frente das investigações
    Fernando Cocito, delegado à frente das investigações Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
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