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Jovens do DF discutem saúde mental na Câmara Legislativa

O encontro ocorreu nesta segunda-feira (28) e teve a participação da jovem organizadora da Batalha das Gurias MC Camila. Iniciativa foi do deputado Fábio Felix (PSOL)

Correio Braziliense
postado em 29/03/2022 17:54 / atualizado em 29/03/2022 17:56
A oferta de mais cursos de capacitação para profissionais que atuam nas escolas e a promoção de rodas de discussão sobre temas propostos pelos alunos foram algumas reivindicações apresentadas -  (crédito:  Hugo Barreto/Esp. CB/D.A Press)
A oferta de mais cursos de capacitação para profissionais que atuam nas escolas e a promoção de rodas de discussão sobre temas propostos pelos alunos foram algumas reivindicações apresentadas - (crédito: Hugo Barreto/Esp. CB/D.A Press)

Jovens de diversas regiões do Distrito Federal participaram da conferência “Saúde mental e a participação de crianças e adolescentes: construindo caminhos para o protagonismo” na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta segunda-feira (28). O objetivo do encontro foi promover a cidadania e a conscientização dos jovens por meio de preparativos para as etapas regionais e a etapa distrital da 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental.

A iniciativa foi do deputado Fábio Felix (PSOL). Para ele, é importante que os jovens participem da discussão. “Quando falamos de saúde mental, estamos falando de um direito humano fundamental para o nosso bem estar, e é claro, para o bem estar dos jovens. Ainda temos uma cobertura de atendimento à saúde mental dos jovens muito precária na nossa cidade, mas temos que lutar para fazer valer o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é muito claro quando diz que esses jovens devem ser tratados pelo Estado com prioridade absoluta”, afirmou o distrital.

MC Camila, organizadora da Batalha das Gurias, cantou versos improvisados de rap para encorajar os jovens presentes a participarem dos debates. “É porque a revolta é pra quem ama, e eu canto alto até quando minha garganta inflama. A conferência livre pra mim não é mistério, eu quero jovem no Brasil sendo levado a sério”, declamou.

Andrei Felipe Nascimento da Silva, do comitê de participação do Conselho Nacional dos Direitos de Crianças e Adolescentes, conclamou os jovens presentes a continuarem envolvidos nas discussões de políticas públicas. “Será que protagonismo juvenil é só chamar adolescentes para participarem de uma conferência? Não é só isso. Precisamos de um espaço democrático em que sejamos escutados e levados a sério. Dizem que criança e adolescente não sabem debater política, não sabem o que fazem, não sabem escolher o que querem. Nós sabemos o que nós passamos. Só eu, negro periférico, sei como é sair de casa com medo de ser abordado pela polícia ou ser perseguido por seguranças dentro de um shopping center”, afirmou.

Ao longo da conferência, várias propostas foram apresentadas, como a oferta de mais cursos de capacitação para profissionais que atuam nas escolas, a promoção de rodas de discussão sobre temas propostos pelos alunos e pedidos para que pessoas em situação de rua ou com transtorno mental não sofram abuso em abordagens policiais.

Para a presidente do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-DF), Karina Figueiredo, trazer os jovens para participar da conferência livre dentro da Câmara Legislativa é uma forma de incentivar a cidadania. “Essa é a casa do povo, e a gente tem que estar aqui. Queremos dialogar e discutir a saúde mental das crianças e adolescentes do DF. É fundamental que eles ocupem esses espaços, pois não se pode fazer nada que envolva o adolescente sem ouvir o próprio adolescente.”, disse.

Às vezes eu penso se foi o povo do DF que decidiu gastar milhões e milhões num viaduto em vez de se investir em escolas e hospitais, ou mesmo no metrô. A participação das pessoas é fundamental para construir um processo civilizatório com uma força imensa da cultura de paz”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

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