Comunidade

Ibram discutirá com moradores Plano de Manejo do Parque Ecológico das Sucupiras

Reunião aberta tem intuito de elaborar o Plano com moradores, além de mobilizar interessados para oficinas colaborativas

O Instituto Brasília Ambiental (Ibram), juntamente à Ecosoul, realizará uma reunião virtual, em 17 de março, das 18h às 20h, on-line, para tirar dúvidas da comunidade brasiliense em relação ao plano de manejo do Parque Ecológico das Sucupiras, localizado no Sudoeste. A conversa tem como objetivo apresentar a metodologia e elaboração dos cuidados necessários com o Parque, além de ouvir a população e conseguir participantes para a Oficina de Elaboração do Plano de Manejo. Para participar, na data prevista, acesse o link https://bit.ly/sucupiras

A empresa mineira Ecosoul foi a vencedora do processo de licitação, aberto em 2021, para a estruturação dos estudos do Plano de Manejo, que passará pela aprovação técnica do Ibram, órgão responsável por gerir o espaço. A proposta segue as diretrizes do Ibram e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e apresentará estudos sobre a fauna, flora, meio físico, socioeconômico e uso público. Por meio das oficinas colaborativas, que serão compostas por órgãos públicos, moradores e pesquisadores, todo o processo de construção desse projeto deve passar pela ajuda coletiva de diversos atores da sociedade.

A bióloga e analista de atividades do Ibram, Danielle Lopes, afirma que haverá mais duas reuniões para discutir os temas e concluir os ajustes com a comunidade. O prazo para conclusão de encerramento do Plano de Manejo varia de 9 a 12 meses. “Quando o plano estiver finalizado e aprovado formalmente pelo presidente do Ibram, o parque receberá a infraestrutura para seu uso público, observando também as questões de conservação da natureza”, ressalta.


Entenda o caso

O Parque Ecológico das Sucupiras, localizado no Setor Sudoeste entre a Quadra 500 e o Eixo Monumental, próximo à capela Rainha da Paz, é uma Unidade de Conservação idealizada pelos moradores em 2003, e oficializada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no decreto nº 25.926/2005. A área de conservação do cerrado contempla o convívio consciente da comunidade, piqueniques, caminhadas, práticas de exercício físico, brincadeiras e caminhadas, respeitando a limpeza e as espécies de fauna e flora do local.

Contudo, o Parque Ecológico das Sucupiras ainda não foi implantado e conta apenas com cercamento. Equipamentos de uso público, nem os necessários de apoio ao visitante foram instalados. A demora se dá pela disputa de opiniões entre os próprios moradores da região do Sudoeste. “Existem diferentes expectativas de uso para o parque, alguns moradores querem uma unidade de conservação mais voltada à preservação com intervenções mínimas. Outro grupo deseja um espaço voltado ao lazer, onde fosse possível passear com os cachorros e onde houvesse vários equipamentos públicos voltados à recreação”, destaca Danielle.

Por isso, segundo a analista do Ibram, a participação da comunidade, além de estar prevista em lei, ajuda a legitimar o plano. Conforme o consenso sobre as questões importantes, há maior chance de o projeto ser respeitado e executado. De acordo com ela, existem recursos financeiros disponíveis para a implementação do Parque. 

23 anos de luta

Há mais de duas décadas, o morador Fernando Lopes foi o primeiro a reforçar a importância ambiental do espaço, chamando a atenção para a área tomada pelo acúmulo de lixos nos anos 2000. Presidente e fundador da Associação Parque Ecológico das Sucupiras (APES), ele iniciou a busca para que o projeto de cuidado ecológico fosse oficializado pelo GDF, na época de gestão do governador Roriz. Junto a outros apoiadores, uma das reivindicações da associação é que o Plano de Manejo seja efetivado ecologicamente, cumprindo a preservação do bioma cerrado.

Desde o cercamento, construído nos últimos meses, Fernando relata enfrentar muitos problemas com os tutores de cachorros da região. Segundo ele, inúmeros pedidos foram enviados ao Ibram e administração local para resolução do caso, mas sem sucesso. Além disso, a proteção colocada ao redor do espaço em 8 de maio de 2020, que faria parte do Plano de Manejo, foi realizada sem o aviso prévio à comunidade. ”Soubemos do cercamento no dia, por um vizinho, que nos informou”, diz Fernando.

Agora, os esforços da associação estão em participar ativamente da construção da preservação do local, principalmente nos atuais momentos de definição. “Preservar este precioso remanescente de cerrado na área central de Brasília, valorizando seus aspectos ambientais, educacionais, históricos, turísticos e ecológicos. Sabemos que há outras necessidades, decorrentes do momento que a sociedade vive. Mas o Parque Ecológico das Sucupiras foi criado com esses objetivos, têm uma vocação que merece respeito e cuidado”, ressalta o presidente da Apes.

Para dúvidas, entre em contato por meio do e-mail contato@ecosoulambiental.com.br

*Sob a supervisão de Ana Luisa Araujo