Escolas no Distrito Federal se tornaram, mais uma vez, locais de violência. No Centro de Ensino Fundamental (CEF) 213 de Santa Maria, estudantes brigaram, ontem, após um desentendimento. A vítima, um garoto de 13 anos, sofreu agressões no rosto e na cabeça. No mesmo dia, no Centro de Ensino Fundamental 14 (CEF) de Ceilândia, um aluno de 15 anos foi flagrado em posse de uma faca dentro da sala de aula. Desde 24 de janeiro, o Batalhão Escolar da Polícia Militar atendeu a 121 ocorrências. Até 23 de março, o levantamento mostrava 108 registros.
A 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) investiga a ocorrência no CEF 213 como lesão corporal. O delegado-chefe da unidade, Paulo Roberto Galindo, informou que os envolvidos não foram ouvidos formalmente. Na saída da escola, o jovem foi agredido e, na tentativa de defesa, caiu no chão, momento em que recebeu os golpes no rosto. Em vídeo, publicado em uma rede social, é possível ver as agressões a ponto do rapaz cair no chão desnorteado, enquanto um grupo de estudantes em volta assiste a confusão. O adolescente de 13 foi encaminhado para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) para fazer exames. Ele apresentava inchaço em um dos lados da cabeça.
A Secretaria de Educação informou, por meio de nota oficial, que a direção do CEF 213 de Santa Maria entrou em contato com os pais dos envolvidos. "Não houve necessidade de acionar o Batalhão Escolar", acrescentou a pasta. A Polícia Militar do DF diz que não encontrou ocorrência ou acionamento da corporação pela unidade escolar.
Em outro caso, no CEF 14 de Ceilândia, a polícia apreendeu uma faca com um dos alunos. O adolescente de 15 anos portava a arma dentro de sala. O diretora da unidade acionou os militares, que fizeram uma varredura no local, mas não encontraram nada ilícito. O estudante alegou que sofre ameaças, por isso, carregava o armamento consigo. Ele foi encaminhado para a Delegacia da Criança e Adolescente (DCA 2), de Taguatinga e foi liberado.
Plano pela paz
Devido aos crescentes casos de violência nas escolas do Distrito Federal, a Secretaria de Educação, em parceria com outras pastas do governo, desenvolve o Plano de Urgência pela Paz, com objetivo de coibir agressões entre estudantes. Uma das medidas é o reforço do Batalhão Escolar nas unidades de ensino. Os policiais, de acordo com o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo, podem adotar uma "varredura", se necessário. "É um trabalho de vistoria dentro da sala de aula e até dentro dos pertences de algum aluno, um procedimento padrão já realizado por policiais capacitados e adotado de acordo com a demanda indicada pela escola", explica. O plano de ação deve ser entregue até 27 de abril, com implementação até 6 de junho.
O aumento do efetivo do Batalhão Escolar se dará com o emprego de oficiais nas horas de folga para reforço das atividades ostensivas. "Essas demandas vão depender dos pontos mais críticos e das requisições que vamos recebendo ao longo da nossa ação. O nosso principal foco será atuar na prevenção desses casos", garante Júlio Danilo.
Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá explica que a pasta fez um levantamento de 126 unidades de unidades com os maiores índice de violência. "Praticamente, 100% dessas escolas são de ensino médio e anos finais do ensino fundamental. Esse trabalho vai envolver não apenas a escola, mas os pais, a família e a sociedade. Os responsáveis precisam conferir o que os filhos estão levando nas mochilas, precisam prestar esse apoio, não é um papel apenas da escola", pondera Hélvia Paranaguá .
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