"Será lembrada sempre pela alegria que tinha." As palavras são de Lucas Alves Pereira dos Santos, um dos irmãos de Ana Paula Alves, 33 anos, assassinada e queimada pelo marido, Sérgio Avelino, 45, dentro de casa, em Sobradinho. A auxiliar administrativa foi sepultada sob forte comoção no fim da tarde de ontem. Ela deixa dois filhos, uma menina, de 10, e um menino, de 7.
Abalados, familiares e amigos estiveram no enterro e entoaram hinos cristãos. Em decorrência do estado do corpo da vítima, não houve velório, e o caixão estava fechado. Ao Correio, Lucas Alves lamentou a morte da irmã. "Só tenho a dizer coisas boas. Ela era uma mulher fantástica. Lembro dela sempre divertida e amorosa", disse emocionado.
Ana era conhecida pelo alto astral e alegria. Nas redes sociais, fazia questão de postar fotos ao lado de familiares esbanjando sorrisos e abraços. "Sempre vai estar no meu coração e nunca vai ser esquecida", desabafou Lucas. Outra irmã usou as redes sociais para homenageá-la: "Te amo além do infinito. Que Deus te receba com toda alegria que você tinha. Irmã, estou aqui cuidando dos meninos".
Investigação
Ana era casada com Sérgio havia cerca de 12 anos. Ela trabalhava como motorista, e ela era auxiliar administrativa. O casal teve dois filhos. A 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) aguarda os resultados dos laudos para elucidar o caso. À princípio, a polícia acredita que Sérgio tenha assassinado a mulher e, em seguida, cometido suicídio.
Os filhos do casal saíram da casa antes de o incêndio começar e pediram socorro na rua, segundo relataram vizinhos. As investigações constataram que Ana Paula muitos ferimentos. O marido dela não apresentava nenhuma lesão aparente, o que reforça a primeira hipótese. Uma barra de ferro foi encontrada ao lado dos corpos. Vizinhos contaram à polícia ter ouvido barulho de briga.
Antes de se relacionar com Ana Paula, Sérgio Avelino já havia sido condenado por matar a namorada em 2006, em Planaltina, e, há nove anos, estava em prisão domiciliar. "Ele assassinou a companheira com golpes de faca, deixando, inclusive, cravada no peito da vítima", destacou o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado. O caso não foi enquadrado como feminicídio porque a tipificação dessa modalidade de crime só ocorreu em 2015.
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
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