Nesta semana, a Câmara de Regulamentação do Mercado de Medicamentos (Cmed), ligada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao governo federal, definiu um reajuste máximo de 10,89% no preço dos remédios, que entrou em vigor desde ontem.
Por conta dos estoques, os novos preços dos medicamentos não devem começar a valer imediatamente nas farmácias. Portanto, vale a pena pesquisar antes de comprar e aproveitar onde o reajuste ainda não ocorreu.
"O reajuste é linear este ano porque a Cmed definiu como sendo zero o fator X, que estima o ganho de produtividade da indústria farmacêutica em 2021", explicou o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. Segundo ele, o índice autorizado pela Câmara atualiza a chamada Tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC), ou seja, define o preço máximo de venda. "Os medicamentos podem ser reajustados abaixo desse índice e isso vem acontecendo com frequência", afirmou.
Em nota, a Sindusfarma informou ainda que nenhuma empresa pode aumentar o preço máximo ao consumidor (PMC) de seus produtos sem autorização do governo. "Uma única vez a cada ano, os aumentos de custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores podem ser incorporados ao PMC dos medicamentos, a critério das empresas fabricantes, aplicando-se uma fórmula de cálculo criada pelo governo", destacou.
A entidade ressaltou que a cotação do dólar chegou a aumentar quase 40% no último biênio, enquanto custos com contratação de frete e seguros tiveram alta de 10% e gasto com embalagens, considerando a moeda norte-americana, 40%. No acumulado dos últimos dois anos, os custos aumentaram 78,91%.
Para o Sindusfarma, os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira. Foram apontados pelo Sindicato outros fatores para a manutenção de preços, como os impostos embutidos no preço dos medicamentos. A carga tributária equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor.
Além disso, a instituição alegou que medicamentos de uso contínuo, como para hipertensos e para diabetes, oferecidos gratuitamente no Programa Aqui Tem Farmácia Popular são vendidos pelos fabricantes por valores de reembolso baixos, que não são reajustados há anos. "É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde. Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer", disse Mussolini.
O economista autônomo Hugo Passos deu algumas dicas para o consumidor economizar. "A primeira coisa a fazer é pesquisar em diferentes farmácias. Outra forma de reduzir os custos é optar pelos medicamentos genéricos, mas é preciso verificar com o médico para saber se faz sentido", orientou.
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