Ceilândia /

Corpo com sinais de tortura

Natural de Bom Jesus (PI), o enfermeiro André veio para Brasília em julho de 2020. O jovem foi visto pela última vez na sexta-feira à noite, em um bar. Apartamento da vítima estava revirado

Correio Braziliense
postado em 05/04/2022 00:01
 (crédito: Material cedido ao Correio)
(crédito: Material cedido ao Correio)

Assassinado dentro do próprio apartamento, na QNN 7 de Ceilândia, o corpo do enfermeiro André Lopes de Barros foi encontrado, ontem, sem roupas e com os braços amarrados com o cabo do ferro de passar roupas. Os detalhes foram revelados ao Correio por um amigo do jovem, que foi o primeiro a ver a cena do crime. Ele preferiu não se identificar. O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).

Em relato à reportagem, o rapaz contou que André saiu de casa na última sexta-feira à noite na companhia de alguns amigos. O grupo foi a dois bares da cidade, um deles localizado na QNM 2/4. "Ele foi embora depois e já estava acostumado a fazer isso", conta. "Pedia um transporte por aplicativo e ia para a casa. Mas, durante todo o sábado, não estávamos tendo notícias dele", relatou o amigo.

No WhatsApp, o registro do último visto do rapaz era de 1h24. Ao longo do fim de semana, o colega bateu inúmeras vezes na porta de André, mas sem sucesso. Na manhã de ontem, o rapaz acordou preocupado e voltou a chamar pelo amigo. "Senti um cheiro forte, mas inicialmente achei que era o lixo da vizinha. Fui para o meu apartamento e voltei depois de uma hora. Dessa vez, o cheiro estava mais forte. Foi quando acionei a proprietária do apartamento."

A dona do imóvel chegou poucos minutos depois, com a cópia da chave do apartamento do enfermeiro. Quando os dois entraram no local, encontraram tudo revirado. A porta da geladeira estava aberta, com os produtos fora do eletrodoméstico. A testemunha caminhou até o quarto de André, mas a porta também estava trancada e foi preciso arrombar.

Ao entrar no quarto, o amigo de André encontrou roupas jogadas ao chão e um cenário de completa destruição. "Quando olhei perto da cama, meu amigo estava nu, com sinais de que havia sofrido abuso." O enfermeiro também estava com os braços amarrados e ferido com uma faca.

Natural de Bom Jesus (PI), André se mudou para Brasília em julho de 2020 e, segundo conhecidos, não tinha parentes na capital. O corpo do enfermeiro foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) e deve ser liberado apenas na quarta-feira.

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