Laudo cadavérico do Instituto de Medicina Legal (IML) constatou que a auxiliar administrativa Ana Paula Alves, 33 anos, assassinada e incendiada pelo companheiro dentro de casa, em Sobradinho, morreu por traumatismo craniano em razão de um trauma causado por instrumento “contundente”. O crime ocorreu em 30 de março, e o autor, Sérgio Avelino, 45, tirou a própria vida após se queimar propositalmente.
Os corpos de Ana Paula e Sérgio foram encontrados no quarto do casal. No local, os policiais civis da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) encontraram uma barra de ferro supostamente utilizada no crime. A auxiliar estava com as vísceras expostas e o punho fraturado. Constatou-se que a morte dela se deu antes de ser atingida pelas chamas.
Já o marido não apresentava nenhuma lesão aparente. A polícia ainda aguarda o laudo cadavérico do homem, que ainda não foi expedido, para concluir as investigações. Os dois filhos do casal, uma menina de 10 anos, e um menino, de 7, conseguiram sair da casa às pressas antes do incêndio e clamaram por socorro no meio da rua. “O pai havia gritado para que os filhos saíssem da casa”, frisou o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado.
Condenação
Antes de se relacionar com Ana, Sérgio foi condenado e cumpria prisão domiciliar em razão de um homicídio cometido, em 2006, em Planaltina contra a própria companheira na época. A lei do feminicídio só entrou em vigor em março de 2015, por isso o crime foi tipificado como homicídio. “Ele matou a companheira com golpes de faca, que ficou, inclusive, cravada no peito da vítima”, destacou o delegado Maldonado. “Ele estava em prisão domiciliar, partindo daquele princípio legal da ressocialização e da reintegração”, acrescentou.
Em período de ressocialização pelo crime, Sérgio trabalhava como motorista, enquanto que Ana Paula era auxiliar administrativa. Os investigadores, no entanto, não souberam confirmar se os dois eram casados ou apenas companheiros. Ontem, foram colhidos os relatos de vizinhos, pois os familiares não tinham condições emocionais de prestar depoimento. As crianças estão sob os cuidados de uma parente do casal, e a polícia vai comunicar o Conselho Tutelar.
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