QUADRILHA /

Presos ladrões de gasolina

Desde 2021, grupo furtava e revendia, ilegalmente, o combustível. O preço era muito menor que o dos postos: R$ 4,50. Polícia Civil prendeu 10 suspeitos e cumpriu 12 mandados de prisão. Um dos investigados está foragido

Uma associação criminosa faturou mais de R$ 500 mil, em pouco mais de seis meses, com a venda ilegal de combustíveis na capital federal. Ao todo, 10 pessoas foram presas por furtar e revender gasolina no Distrito Federal. Por ser fruto de atividade criminosa, o litro custava R$ 4,50. A Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), que conduziu as investigações, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão.

No fim de 2021, em meio a disparada dos preços dos combustíveis e a enorme procura de clientes por valores mais baratos, os suspeitos começaram a agir. As distribuidoras e postos se tornaram alvos fáceis do grupo, o que preocupou os empresários do setor, que passaram a denunciar que o produto era subtraído antes mesmo de chegar aos estabelecimentos.

Foram seis meses de investigações para mapear o grupo que agia contra vários postos do DF. "Apesar dos esforços dos empresários, que colocam sistema de monitoramento nos caminhões, os criminosos tampam as câmeras para furtar os combustíveis. Alguns deles, inclusive, usam crianças para burlar o sistema de monitoramento", detalhou o delegado à frente do caso, André Leite.

Uma outra forma de burlar o sistema e furtar o produto era não esvaziar totalmente o tanque do cliente. Dessa forma, a sobra era vendida a receptadores e, em seguida, o combustível era revendido para particulares por preços abaixo do mercado, em torno de R$ 4,50.

Operações

Os suspeitos foram presos na Estrutural, em Taguatinga, no Núcleo Bandeira, no Riacho Fundo, e no Valparaíso (GO) e no Entorno do DF. Entre os detidos, estão motoristas de caminhão e jiboeiros (receptadores). Uma pessoa está foragida. Além disso, os policiais apreenderam galões de combustíveis. Os produtos foram encaminhados à perícia para verificar se estavam adulterados.

Desde 2019, a Divisão de Roubos e Furtos (DRF/Corpatri) promoveu duas operações contra furto e receptação de combustíveis e prendeu 35 suspeitos. Segundo a PCDF, apesar das investigações, os criminosos não se intimidam, além de colocar em risco o meio ambiente, a saúde de pessoas e correndo o risco de provocarem uma explosão.

Todos os presos responderão por furto qualificado, crime contra a ordem econômica e receptação. Caso sejam condenados, poderão pegar até 10 anos de reclusão.