A três meses do anúncio das chapas e candidaturas oficiais para a eleição ao Governo do Distrito Federal, há várias frentes de articulação, montagens de alianças e coligações. Para o pré-candidato Leandro Grass (deputado distrital pelo Partido Verde), "a união é a chance de chegar ao segundo turno". A afirmação foi dada, ontem, em entrevista à jornalista Ana Maria Campos, no CB.Poder — um programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Grass, além das articulações políticas, falou sobre a forma de vencer Ibaneis na corrida pelo Palácio do Buriti.
Estamos a cinco meses das eleições e a oposição não se acertou, com um nome de frente. Quando você acha
que vai sair o nome
dessa frente?
Temos dialogado para construir um consenso, uma unidade fundamental. Nós, da oposição, ao longo de três anos, trabalhamos para fiscalizar o governo, entender onde estavam as falhas e mostrar soluções. Chegou a hora de unirmos em torno de um projeto comum para apresentar a sociedade. Um programa de governo consistente, com soluções para assistência à saúde, economia, que anda mal no DF. Ainda não há consenso, mas está em construção e, em breve, espero que a gente consiga anunciar para a sociedade a nossa chapa, as nossas pré-candidaturas ao governo e ao Senado. Temos alguns nomes para deputados federais e distritais, todo esse campo político que envolve partidos de centro-esquerda, de esquerda e de centro que têm dialogado para construir uma grande frente. A gente pensa para além da federação. Pretendemos coligar com o PSB ou com o Solidariedade, estamos dialogando. Há algum tempo, vem sendo trabalhada essa convergência em torno de uma candidatura do PV. A gente respeita muito as pré-candidaturas colocadas, mas entendemos que é muito importante ampliar e estabelecer pontes com outros grupos, outros partidos, outros segmentos que tradicionalmente não convergiram com o nosso campo, mas agora estão dispostos a convergir. E pensando no primeiro e no segundo turnos, tenho uma boa relação com outros pré-candidatos, com a senadora Leila (do Vôlei, PDT) e o senador Izalci (PSDB) e entendo que é necessário a gente estar com a relação bem constituída e respeitos para que estejamos unidos no segundo turno e derrotar o atual governador.
A candidatura de Rosilene Corrêa começou como um teste e ganhou adeptos no Partido dos Trabalhadores. Acredita que,
se vier uma decisão de que você será o candidato, a militância
do PT vai se engajar na
sua campanha?
Assim como no DF, o PV se apresentou como uma possibilidade de se compor com o PT, porque temos um adversário em comum. Está muito claro que o nosso propósito é derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo. Essas tendências representam essa projeção nos estados. Temos que pensar de forma suprapartidária e coletiva. Se de fato a decisão for a candidatura do PV a representante da federação, vamos sim nos unir, com a militância, com os filiados, que estarão muito engajados por esse propósito de governar o DF com essa união. Se chegarmos à vitória, será um projeto coletivo até o final, não apenas para as eleições. É uma convergência verdadeira.
O congresso do PSB, na semana passada, reuniu esses aliados e também você esteve lá.
O partido tem Rafael Parente como candidato. Acha que ele abriria mão da candidatura?
É uma decisão do PSB. Claro que vamos abrir diálogo e convidá-los para estar conosco nesta frente de oposição. Deve ser uma decisão respeitada e criada pelo partido. Vejo totais condições de fazer uma composição ainda no primeiro turno com o Rafael Parente, que respeito muito e tenho boa relação.
Você teve uma atuação de fiscalização em relação ao governo atual. Isso vai se refletir na campanha? Você vai ser um candidato de embate, de apontar falhas? Na hipótese de você não ser escolhido como candidato, aceitaria ser vice ou uma candidatura ao Senado ou deputado federal? Qual o plano B?
Nessa fiscalização, por consequência, tivemos um diagnóstico do DF em saber onde estão as falhas da atual gestão. Isso tem que ser levado a debate. Tenho que mostrar os erros da gestão e o que vamos fazer de diferente. A população já sabe os problemas e está cansada. Todos os dias tem gente no chão das UPAs, um aparelho que não funciona, leitos de UTI que não existem, obras questionadas por superfaturamento, corrupção. Daqui para a frente, o que podem esperar do nosso governo? Quais as propostas para melhorar a economia? Temos 350 mil desempregados, um dos maiores níveis do Brasil, o que fazer para recuperar esses empregos? A fome retornou no DF e no país inteiro, enfim. Não há um plano B. Há um plano A e estamos trabalhando para que se viabilize. Obviamente sou pré-candidato ao governo e estou me preparando para isso.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira
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