ECONOMIA

Dia das Mães aquece turismo e gastronomia

Com a redução do número de casos de covid-19 e o fim das restrições sanitárias, brasilienses planejam aproveitar o domingo para ir a restaurantes e visitar pontos turísticos e de lazer

Ana Maria Pol
postado em 07/05/2022 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Definir a maternidade sem falar do afeto sublime de uma mulher-mãe é um desafio, que vai além da gestação. É sobre criar, cuidar e educar. Por isso, os filhos celebram a vida dessas mulheres que tanto se doaram. Seja com presentes, flores, abraços ou até mesmo uma programação fora da rotina, muitos brasilienses planejam aproveitar a queda dos casos de covid-19, após dois anos com fortes ondas de pandemia, para curtir o fim de semana em família. Um período que gera otimismo para o setor produtivo.

De acordo com o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio da Silva, o faturamento do setor no Distrito Federal deve aumentar 30% no final de semana, com a celebração do Dia das Mães, em comparação ao mesmo período do ano passado. "O Dia das Mães é, tradicionalmente, um dos melhores do ano para o setor de bares e restaurantes. É uma data especial porque todos resolvem dar uma folga para ela e acabam lotando os restaurantes e bares da cidade", diz. Segundo Jael, o movimento aumenta durante a semana. "As pessoas começam a sair mais, antes mesmo do domingo. E isso faz com que os restaurantes e bares aumentem de 20% a 30% do seu faturamento", pontua.

Jael diz, ainda, que o fim das restrições, somado à vacina, tem gerado mais confiança para o consumidor, que deve voltar a lotar as mesas dos restaurantes. "Os últimos anos não foram bons. Ano passado ainda foi um período cruel, e muitos celebraram a data em suas casas", diz. Quanto ao perfil de restaurantes mais procurados para a data, diz que não há distinção ou preferência. "A procura vai de A a Z. São perfis distintos, para todas as classes sociais, que vai desde um restaurante mais sofisticado, ao mais simples. O fato é que todos aproveitam a oportunidade para aumentar o fluxo de pessoas e todos, de alguma forma, ainda que em menor proporção, lucram nesse período", completa.

Proprietário dos restaurantes Gran Bier, Taypá e Sagrado Mar — todos no Lago Sul —, Antonio Francisco Parente Ribeiro de Carvalho, 49 anos, conta que a expectativa é alta para o Dia das Mães. De acordo com o empreendedor, o movimento aumenta também nas vésperas da data festiva. "Desde a última quinta, as pessoas começaram a procurar os restaurantes para fazerem reservas, buscando se informar sobre preços e opções de pratos", diz. Segundo Antônio, a expectativa é que o faturamento aumente em até 20%, em relação aos outros domingos do ano.

Mas, se comparado ao Dia das Mães do ano passado, a expectativa é que aumente até 40%. Isso porque, segundo Antônio, muitos devem ir às ruas para celebrar em família, e homenagear suas mães neste ano, porque no anterior, algumas pessoas ainda precisam ficar afastadas. "Ano passado ainda foi atípico. Tínhamos muitas restrições. Agora, estamos com um sentimento de normalidade e acreditamos que a maioria da população vai querer celebrar a data. É um sentimento de volta à normalidade, muitos reprimiram o desejo de celebrar em família e agora vão poder tirar os planos do papel", diz.

É o caso da advogada Ana Cláudia Alves Silva de Melo, 28 anos, e da estudante universitária Amanda Alves Silva de Melo, 22. Filhas da professora Ana Maria Alves Silva de Melo, 52, elas contam que planejam retomar as tradições que precisaram ser suspensas durante os anos de pandemia. "Geralmente saímos para almoçar em datas especiais, como Dia dos Pais, das Mães ou aniversários. Antes da pandemia, sempre almoçávamos em alguma galeteria e, neste ano, vamos assistir à missa e depois iremos almoçar em algum lugar", afirma Ana Cláudia.

Ela explica que a família costuma colocar a mão na massa mas, as datas festivas são oportunidades de dar "uma folga" para os chefes de família. "Meus pais gostam mais de cozinhar uma comida caseira, mas, em datas especiais, costumamos sair da rotina", diz. Para a advogada, o Dia das Mães é uma oportunidade de agradecer tudo aquilo que Ana Maria fez, e ainda faz, pela família. "À missa vamos para agradecer por esse dia, agradecer por ter nossa mãe ainda conosco e rezar por todos aqueles que se foram, em especial pelas mães que já partiram", completa.

Programação rural

Referência em agroturismo, a região do Lago Oeste encanta pelas belas paisagens. A área, situada na Chapada da Contagem, possui uma área de proteção ambiental, que preserva uma grande regiãode cerrado e fauna. Por ser um local elevado, o clima é mais ameno e as noites são um convite para um bom aconchego em suas diversas propriedades que oferecem excelentes hospedagens, como o Recanto de Maria Flor. O espaço, que comporta até seis pessoas por quarto, é uma das alternativas procuradas pelas famílias brasilienses que planejam encontrar um lugar de refúgio durante o Dia das Mães. Além disso, o local possui o BalanCéu, maior balanço do Brasil, que serve de atrativo para os corajosos que planejam balançar em meio a imensidão do cerrado.

A família da pesquisadora, Diullini Santos, 31, é uma das que costuma curtir o entretenimento e se arrisca na aventura. Mãe de Mariah, 7, e dos gêmeos José Pedro e Catarina, 5, Diullini conta que costuma optar por locais com natureza abundante, como é o caso do Recanto de Maria Flor. Neste Dia das Mães, a programação não será diferente: "Devemos procurar um lugar mais afastado do centro da cidade. Meus filhos gostam muito de natureza, então curtimos lugares que promovam isso. Aqui (no Recanto de Maria Flor) não decepciona. A vista que temos é incrível, parece coisa de filme", cita.

Diullini explica que este ano será a primeira vez que não irá celebrar a data com a mãe e a avó. "As duas estão viajando, e normalmente saímos juntas para tomar café, comer fora. Nos damos essa folga e, depois, fico com o dia livre para curtir com meus filhos", conta. Apesar da festividade ser celebrada de forma diferente neste ano, a pesquisadora reforça que irá manter a tradição. "Claro que em datas especiais a gente capricha, mas todo fim de semana busco uma alternativa de lazer diferente, sempre mantendo o contato com a natureza. Temos muitos lugares em Brasília que nos dão essa oportunidade, só precisamos estar atentos às coisas ao nosso redor. Cada dia mais têm surgido novas opções para quem curte esse tipo de programa", completa.

De acordo com o proprietário do Recanto de Maria Flor, Balancéu, e presidente da Associação Viva Lago Oeste, Marcus Vinícius, a calmaria e o descanso que a região proporciona têm chamado, cada vez mais, a atenção dos brasilienses que procuram novas alternativas de lazer. No Dia das Mães não será diferente: a expectativa para comerciantes e proprietários da região é alta. "É uma data especial para as famílias estarem juntas, e muitas procuram por opções novas no Distrito Federal. O Lago Oeste tem oferecido isso, já que tem opções de atrativos diversos como turismo pedagógico, culinária única, sem precisar rodar 300km, 400km", cita.

Marcus conta que, ao longo dos últimos dias, as visitas têm se intensificado. "A maioria das pessoas que moram em Brasília se surpreendem quando chegam na região e se deparam com esse relevo, com o clima. Nós temos um perfil rural, diferente do que é visto no centro da cidade, por exemplo", cita. De acordo com o presidente da associação, o Lago Oeste tem se tornado uma opção de atrativo para aqueles que gostam de locais goianos como Corumbá, Pirenópolis ou, a Chapada dos Veadeiros. "São perfis parecidos, devido a região, a topografia. Mas a diferença é que aqui (no Lago Oeste) o morador do DF não precisa andar 200km, 300km para encontrar uma trilha ou uma cachoeira", defende.

A alta na procura resultou na elaboração de um mini guia, elaborado pela Secretaria de Turismo (Setur) em parceria com a Associação Viva Lago Oeste e 16 empresários da região. A Rota Turística do Lago Oeste reúne opções de passeio, gastronomia, descanso e lazer na região, que fica a apenas 22km do centro de Brasília. Segundo o proprietário do Recanto de Maria Flor, essa procura tem fomentado a economia da região. "Temos gerado mais empregos, renda, e a economia de todo o DF acaba sendo afetada. Então somos privilegiados por essa busca, já que temos bons restaurantes, produções artesanais locais, que estão sendo cada vez mais reconhecidos", pondera Marcus. 

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  • Cultura. Foto da exposição de Amílcar de Castro no CCBB.
    Cultura. Foto da exposição de Amílcar de Castro no CCBB. Foto: Vera Matagueira
  • Museu de Arte de Brasília
    Museu de Arte de Brasília Foto: JOEL RODRIGUES/Divulgação
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    Antonio Carvalho: "Agora, estamos com um sentimento de normalidade" Foto: Carlos Vieira/CB/D.A.Press
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