Saúde

CB.Saúde recebe especialista em glaucoma no dia de combate à doença

Em entrevista, a médica Núbia Vanessa, especialista em glaucoma, falou sobre os impactos da doença silenciosa e a importância das consultas com oftalmologista.

Lorena Rodrigues*
postado em 26/05/2022 16:59 / atualizado em 26/05/2022 16:59
A oftalmologista Núbia Vanessa foi a entrevistada do CB. Saúde  -  (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
A oftalmologista Núbia Vanessa foi a entrevistada do CB. Saúde - (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

O CB.Saúde desta quinta-feira (26/5), Dia Nacional do Combate ao Glaucoma, recebeu a especialista em glaucoma do CBV, Núbia Vanessa. Em entrevista ao programa, realizado em parceria com o Correio Braziliense e a TV Brasília e conduzida pela jornalista Carmen Souza, a especialista abordou alguns sintomas do Glaucoma além do acompanhamento indicado para prevenção e controle da doença.

Núbia afirma que o glaucoma é a primeira causa de cegueira irreversível no mundo e se trata de uma doença silenciosa, que muitas pessoas têm, porém não possuem conhecimento do diagnóstico. Segundo ela, o brasileiro não tem o hábito de fazer consulta oftalmológica anualmente e muitas vezes chega ao consultório em estágio avançado da doença. A especialista explica que o exame oftalmológico, além de descobrir se o paciente precisa de óculos, examina a pressão do olho e investiga o estado do nervo óptico, pois a doença gera um aumento da pressão ocular que leva a uma lesão do nervo, que consequentemente diminui o campo visual.

A especialista ressalta que se trata de uma doença silenciosa e exige avaliação completa do oftalmologista. No entanto, há casos em que pacientes podem apresentar alguns sintomas como fotofobia, principalmente crianças, lacrimejamento e dores. No entanto, Núbia ressalta que, caso haja histórico na família, bem como o diagnóstico de diabetes e alta miopia, é importante investigar. Os tratamentos são apenas para controle da doença e podem ser feitos por meio de colírios e tratamento cirúrgico, quando o nervo ainda sofre com o uso de colírios. “É uma doença progressiva, então tem uma instabilidade da doença, mas não quer dizer que tem cura. Precisa estar sempre em observação”, completa.

Núbia conta que com o advento da pandemia, muitos pacientes ficaram internados e passaram a não utilizar os colírios diariamente. Com isso, muitos retornaram aos consultórios com progressão da doença e descontrole de algumas comorbidades, justamente pela falta de acompanhamento e cuidado durante a pandemia. Além disso, por ser uma doença silenciosa e muitas vezes hereditária, a especialista questiona os números de casos notificados no Brasil. “Como não temos o nosso histórico familiar, porque eles não tinham o hábito de fazer os exames rotineiros, é necessário fazer os exames corretamente e anualmente para podermos detectar a doença, mas o número de pacientes com glaucoma é realmente subnotificado no Brasil. É em torno de um milhão, mas a gente acha que deve ter mais de dois milhões, o dobro”, declara.

A especialista conclui que a prevenção das doenças oftalmológicas exige acompanhamento anual com o médico, exceto em casos de doenças sistêmicas, caso em que o acompanhamento deve ser realizado com mais frequência. No caso de crianças, é importante um acompanhamento anual ou até mesmo semestral, devido à fase de crescimento. Núbia também chama atenção para a higiene dos olhos, além do controle do uso de computadores e celular. Ela lembra que a luz pode causar micro lesões na córnea.

A especialista em glaucoma lembra ainda que é de suma importância que pacientes que tiveram covid-19, relatem ao médico oftalmologista que possuem histórico com a doença, para obterem uma análise mais completa e evitar sequelas futuras.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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