Obituário /

Maria de Lourdes Esteves, 89 anos

A pioneira foi dona de um dos primeiros restaurantes de Brasília e servidora da Novacap

Correio Braziliense
postado em 30/05/2022 00:01
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

Maria de Lourdes Junqueira Edreira Esteves faleceu, aos 89 anos, no sábado. Diagnosticada com um câncer, ela estava internada há 24 dias no Hospital Daher, do Lago Sul. Familiares e amigos se despediram da goiana na manhã de ontem. O sepultamento foi no cemitério Campo da Esperança, na Ala dos Pioneiros.

Em 1958 Maria de Lourdes saiu de Urutaí, em Goiás, aos 26 anos, para abrir um dos primeiros restaurantes da nova capital: o Serra Azul, que servia refeições para os candangos pioneiros e as famílias, na Cidade Livre — hoje Núcleo Bandeirante.

Poucos anos depois, Maria de Lourdes prestou concurso para arquitetura e começou a trabalhar com desenhos de projetos na Companhia Urbanizadora Nova Capital (Novacap).

A pioneira foi uma das primeiras mulheres a deixar um legado na construção de Brasília. Na companhia, conheceu o arquiteto Nauro Jorge Esteves, um dos homens de confiança de Oscar Niemeyer. Com ele, casou-se e viveram juntos por mais de cinco décadas, até ele morrer, em 2007.

Maria de Lourdes auxiliou o arquiteto no detalhamento técnico de projetos como o Conjunto Nacional e Palácio do Buriti. Sobrinho-neto da pioneira, o frei Hugo Junqueira, 28 anos, conta que a tia-avó deixa um legado de persistência. "Naquela época, mulheres não podiam fazer muita coisa, mas ela teve garra e conseguiu uma posição de destaque", afirma.

O frei conta que ela sempre foi uma mulher batalhadora. "Ela deixa um exemplo de valores para todos nós. Uma mulher determinada e cheia de fé", destaca. A pioneira deixa 4 filhos, 13 netos e também bisnetos.

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Isnaldo Lacerda Júnior, 66 anos

 (crédito: Arquivo pessoal)
crédito: Arquivo pessoal

Um dos pioneiros do rock no Distrito Federal, Isnaldo Lacerda Júnior morreu, aos 66 anos, no sábado. Diabético, ele vinha enfrentando complicações na saúde por causa da doença. Amigos e familiares puderem dar o último adeus ontem, em Campina Grande, na Paraíba, onde ele estava morando. Isnaldo foi o primeiro empresário da capital a apostar nos artistas da música em Brasília, nos anos 80.

Dono do famoso Sebo dos Discos, ele tinha um acervo único e reunia discos desde o rock tradicional até edições underground. "Na minha opinião, ele é tão importante para a história do Rock Brasília quanto Renato Russo e Tom Capone, com quem deve estar, agora, lá em cima, conversando e relembrando as histórias fantásticas ocorridas no lendário Sebo do Disco", disse o amigo e músico Rodrigo Leitão, 58.

Pela loja de Isnaldo passaram nomes como Militão Ricardo, da Banda 69, Renato Russo, Alex Podrão e Bosco, da Detrito Federal, e inúmeras outras figuras importantes para o cenário do rock brasiliense. "Ele atraía e disseminava música e pessoas. Se você quisesse um disco que só tinha na Inglaterra, ele dava um jeito de trazer a você. Fica a saudade, o respeito, a admiração e uma fraterna amizade.", lamenta Leitão.

Um dos maiores legados de Isnaldo Jr. foi a produção do LP coletânea Rumores, um álbum gravado nos estúdios Bemol, em Belo Horizonte. Isaldo, Fernandez Dias e Paulo Pestana selecionaram quatro bandas da época e levaram os roqueiros para gravar o primeiro disco de rock independente produzido no DF.

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