OCB.Poder — programa do Correio em parceria com a TV Brasília — contou, ontem, com a participação da diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e pré-candidata ao Senado pelo PT, Rosilene Corrêa. Em entrevista à jornalista Ana Maria Campos, a diretora sindical detalhou pautas que serão discutidas na assembleia dos professores que ocorrerá amanhã e também falou sobre o atual cenário político com sua provável candidatura.
O que será discutido na assembleia dos professores desta quarta-feira?
Essa será nossa quinta assembleia e um dos pontos principais a ser discutido é a recomposição salarial. Hoje nós temos uma realidade muito dura na educação. Cerca de 50% dos professores que estão dentro de sala de aula são em regime temporário e o governo descumpre com a lei, à medida que nós temos muitos professores se aposentando. A lei determina que quando um professor se aposenta, outro concursado é quem deve ocupar a vaga e é muito grave a capital do país ter todo esse índice de professores ocupando vagas temporárias. Essa é uma questão que também precisa ser colocada em pauta.
O estudante viveu dois anos difíceis com a pandemia, como você avalia a defasagem estudantil no DF?
É muito grave. Muitos estudantes foram excluídos pela falta de acesso à internet e muitos ainda continuam nessa mesma situação. O governo falhou na época, pois era necessário um planejamento específico para essa problemática. Essa exclusão de muitos estudantes acabou contribuindo para a evasão, porque os alunos se sentiram deslocados durante o período pandêmico. Nós estamos vivendo uma realidade muito dura no DF, de muita pobreza. Existe um desencontro e um desmonte da educação que não é dito e precisa ser reajustado.
Sobre a sua pré-candidatura ao Senado, isso significa que o partido está aceitando orientação nacional de candidatos aos governos locais, como é o caso do Leandro Grass, do PV, por exemplo?
Acredito que em momento algum devemos tirar da centralidade a candidatura do Lula, porque o Brasil não suporta mais viver nessa realidade. Então, nós jamais podemos fazer um movimento que comprometa isto. Dentro desta organização nacional que está sendo feita, não só no Distrito Federal como em outros estados, é uma construção. O DF também veio para esse cenário em que o PV apresenta o nome do deputado Leandro Grass. Entendendo que há uma federação em que é preciso fazer esses movimentos para dar uma garantia maior. Hoje nós temos a compreensão de que não se trata de disputa, pois, senão, eu estaria disputando com aliados e isso seria uma ignorância e um prejuízo tremendo. Então ainda não é oficial, pois há uma construção e uma indicação, no entanto ainda não houve um momento em que isso foi formalizado, a tendência é que a candidatura ao Buriti fique com o deputado Leandro Grass.
O encontro do próximo fim de semana, além de definir a chapa, definirá também os proporcionais?
Sim, a ideia é essa. O que se pretende é definir chapa majoritária e os proporcionais. A redução do número de vagas para as candidaturas está exigindo de nós um trabalho maior e uma melhor definição de critérios, pois precisamos aumentar a nossa bancada e não podemos errar nessa definição, então será um final de semana muito importante.
Em relação a chapa majoritária, você acredita que você e o outro pré-candidato Geraldo Magela (PT) chegarão a um acordo sem embates?
O que nós pretendemos é isso. Estamos trabalhando numa tentativa de consenso, pois uma disputa interna é sempre ruim. É natural acabar se envolvendo além do necessário, mas é ruim criar torcidas, pois é o mesmo partido, programa e projeto, então não justifica, tendo em vista que todos nós vamos precisar se reunir depois para eleger quem quer que seja o candidato ou a candidata.
Você aceitaria ser vice?
Eu acredito que não caberia, pois a partir do momento em que eu me coloquei à disposição para a candidatura majoritária, mas para governadora, a condição de vice se encaixaria melhor a alguém que não estivesse nesse momento e nessa discussão. Não é nenhum problema pessoal com o Leandro, ele é um parlamentar que eu respeito muito, mas continuo achando que o ideal seria que o PT tivesse uma candidata a governadora.
Você acredita que essa federação pode, para ampliar o grupo, oferecer uma das vagas da chapa majoritária, inclusive o Senado, para outro partido?
Tudo é possível, é uma construção. O ideal é que o campo progressista do DF caminhe de fato juntos, para que nós pudéssemos inclusive ter, de repente, o nome de um partido que não está na federação, mas em condição de vice ou o próprio Senado, mas é claro que o PT, na condição que se encontra, precisa estar entre uma dessas três cadeiras.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
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