Proteção ambiental

Foragidos por venda de terras irregulares no DF têm imagens divulgadas

Uma advogada da capital do país atuava na quadrilha e foi presa na primeira fase da operação, acusada de forjar documentos para dar aspecto de legalidade às invasões

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou as imagens de dois suspeitos de integrarem um esquema de quadrilhas que ocupavam ilegalmente terras de proteção ambiental e manancial de Sobradinho, na região do Polo de Cinema. Tatiano Ramos Tavares e Luciano Moreira dos Santos seriam alguns dos comparsas que parcelaram irregularmente as terras para cultivo.

Nesta segunda-feira (23/5), a polícia divulgou as imagens dos dois foragidos. Quem tiver informações sobre o paradeiro de algum dos envolvidos pode denunciar, de forma anônima, pelo número 197 ou 190.

PCDF/Divulgação - Tatiano Ramos Tavares é um dos suspeitos de integrar a quadrilha de parcelamento ilegal de terras
PCDF/Divulgação - Luciano Moreira dos Santos está foragido e é procurado pela polícia

Segundo informações da polícia, uma advogada do DF também fazia parte da quadrilha, responsável por ter um papel fundamental ao dar aspecto de legalidade às invasões. A advogada tinha carimbos de cartórios e assinaturas para serem usados nos documentos falsos.

A briga pelas terras envolvia quadrilhas rivais, que chegavam a se ameaçar com armas de fogo. A operação foi deflagrada na última quarta-feira (18/5), pela 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho). Delegado chefe da unidade, Hudson Maldonado detalha que na primeira fase da Operação Terra Livre, quatro prisões foram realizadas e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. “Foram apreendidos documentos, celulares e carimbos diversos que eram utilizados para fraudar documentação, tentando dar um aspecto de legalidade para a ocupação ilegal do solo”, afirma.

“Os grupos ainda tentavam se infiltrar no meio político e do judiciário. Três homens seguem foragidos e agora a espera é que o local seja devolvido à sua verdadeira destinação. Caso condenados, os envolvidos podem pegar de 7 a 22 anos de prisão, pelos crimes de associação criminosa, parcelamento ilegal de solo, vários crimes ilegais do solo e que ameaçam o abastecimento hídrico de Sobradinho, além de crimes de queimada e, inclusive, indícios de carvoaria”, aponta.

O delegado salienta que o grupo fingia residir no local, montando barracos e pedindo para que outras pessoas colocassem alimentos nas prateleiras para dar a impressão de moradia fixa. “A maioria tinha outra residência”, ressalta Hudson. O chefe da 13ª DP também destacou que os envolvidos têm relação “com invasões de Planaltina e invasões nas proximidades da Torre Digital”. “Sem dúvidas são quadrilhas destinadas à invasão e parcelamento irregular do solo do DF”, finaliza o delegado.

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