FEMINICÍDIO /

Suspeito de homicídio é solto

O corpo de Viviane Silva, 19 anos, foi encontrado na quinta-feira, na região de Água Quente, no Recanto das Emas

Sarah Peres Especial para o Correio
postado em 06/06/2022 00:01
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

A Justiça concedeu liberdade provisória ao pedreiro Antônio da Silva, 40 anos, preso como suspeito do homicídio de Viviane Silva, 19. A decisão ocorreu na manhã de ontem, em audiência de custódia. O acusado deverá usar tornozeleira eletrônica e se apresentar em juízo, quando solicitado. O corpo da jovem foi encontrado na tarde de quinta-feira, em um córrego na região de Água Quente, no Recanto das Emas.

O suspeito foi preso em flagrante na sexta-feira, em decorrência das incoerências identificadas no depoimento prestado aos investigadores da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). O pedreiro é casado e a vítima tinha namorado. Eles se conheceram por intermédio de familiares de Viviane. Na última sexta-feira, eles saíram sozinhos pela primeira vez para ir a um bar em Santo Antônio do Descoberto (GO), onde teriam ficado. A jovem chegou a postar uma foto com o suspeito.

Na versão de Antônio, depois do bar, a vítima teria ficado em um parque de diversões da região com um casal e um amigo. Contudo, testemunhas desmentiram o álibi, informando que a única pessoa que acompanhava Viviane seria o pedreiro. O homem não confessou o crime em depoimento à polícia.

Na decisão judicial, consta a argumentação da promotoria de Justiça de que havia a "necessidade de melhor esclarecimento da autoria e materialidade do crime." Também há pedido para anexar o laudo cadavérico, que indica a causa da morte, uma vez que não havia lesões identificadas no corpo de Viviane quando ela foi localizada.

Dessa forma, a magistrada avaliou que, "de acordo com as informações constantes dos autos, no dia dos fatos, após passarem pouco mais de uma hora em um bar, autor e vítima foram até um parque, onde o corpo da ofendida foi localizado em um córrego. Embora o custodiado tenha sido a última pessoa a ser vista na companhia da vítima fatal, os fatos ainda não foram objeto de investigação compatível com a gravidade do delito".

A juíza acrescentou que possíveis testemunhas do bar onde Viviane e Antônio estiveram juntos não foram escutadas na investigação. Ela salientou a necessidade de perícias nos celulares do suspeito e da vítima. O aparelho de Viviane foi encontrado ainda na quinta-feira, próximo ao córrego onde o corpo estava.

Diante das provas apresentadas, a magistrada decidiu pela liberdade provisória de Antônio. "Esse cenário de incerteza me leva a concluir que, vale enfatizar, apesar da gravidade do fato, a precariedade dos elementos indiciários juntados aos autos, a primariedade do agente, que possui bons antecedentes, família constituída, trabalho lícito e residência fixa, indicam que, ao menos por ora, a decretação da sua prisão preventiva não se mostra adequada, revelando-se suficiente a imposição das medidas cautelares", finalizou.

De acordo com a Polícia Civil, houve a solicitação de análise pericial dos celulares apreendidos, sobretudo por todas as mensagens trocadas entre Viviane e o pedreiro terem sido apagadas. Laudo preliminar identificou a digital de Antônio no aparelho da jovem. Ainda segundo a corporação, os laudos solicitados pela magistrada não foram disponibilizados no processo por não estarem prontos.

 

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