Golpe dos vistos

Polícia mira falsificadores

Além da responsabilização criminal, as autorizações já concedidas poderão ser canceladas e as pessoas obrigadas a retornar para o Brasil. Oito pessoas foram autuadas

Darcianne Diogo
postado em 09/06/2022 00:01
 (crédito: Dvulgação/PCDF)
(crédito: Dvulgação/PCDF)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desencadeou ontem uma operação para desarticular um grupo criminoso especializado na confecção de documentos falsos para a aprovação de vistos em consulados de diversos países. As investigações revelaram que os criminosos contrataram o serviço de uma agência de turismo de São Paulo, pelo preço médio de R$ 30 mil, que auxiliava no preenchimento dos formulários e agendamento dos vistos.

A operação foi deflagrada pela Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) e contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP). Os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Guarulhos (SP), sendo um deles numa agência de turismo e o outro em uma residência dos investigados.

De acordo com o delegado-chefe da Corf, Wisllei Salomão, as investigações começaram no mês passado, por meio da comunicação de embaixadas e consulados no Distrito Federal. À época, oito pessoas foram autuadas por apresentarem documentos falsos quando estavam requerendo vistos de entrada e permanência em territórios estrangeiros.

O grupo criminoso contratou o serviço da agência de turismo, que também ficou responsável por auxiliar no preenchimento dos formulários, agendar os vistos, além de fornecer documentos fabricados (tais como comprovante de vínculo empregatício, declarações de Imposto de Renda, extratos bancários e escritura de imóveis). "Estima-se a participação de, pelo menos, quatro integrantes neste grupo que agem desde 2018, fornecendo documentos falsos e preenchendo formulários com dados mentirosos para solicitantes de visto de vários estados do Brasil", afirmou o investigador.

As pessoas respondem pelo crime de uso de documento falso (pena de 1 a 6 anos) e os integrantes do grupo podem ser responsabilizados pelos crimes de falsificação de documentos (pena de 1 a 6 anos), falsidade ideológica (pena de 1 a 5 anos) e associação criminosa (pena de 1 a 3 anos).

As investigações caminham junto às embaixadas sediadas no Distrito Federal, sendo que, além da responsabilização criminal, os vistos já concedidos poderão ser cancelados e as pessoas obrigadas a retornar para o Brasil.

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