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Esquema de atestado falso desfeito

Homem que vendia os documentos no DF foi preso pela Polícia Civil. Cada um custava R$ 50 mais taxa de entrega

Júlia Eleutério
postado em 14/06/2022 00:01
 (crédito: PCDF/ Divulgação)
(crédito: PCDF/ Divulgação)

Após liderar um esquema de venda de atestados médicos falsos durante três anos, o responsável pelo crime foi preso. Segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os documentos eram entregues na casa dos compradores que desejavam faltar ao trabalho. O homem foi detido em flagrante, na tarde de sexta-feira, quando fazia a entrega de um atestado falso em um condomínio do CA do Lago Norte, em frente ao Shopping Iguatemi. 

As apurações da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) começaram quando um médico legista da própria PCDF notou que estavam usando seu nome para cometer o crime e procurou a corporação. Constatou-se que atestados com assinatura e carimbo falsos com o nome dele estavam sendo apresentados em várias empresas da capital.

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), que indica a causa para o afastamento do trabalhador, também vinha com números inconsistentes e sem correspondência com os exames apresentados. Uma radiografia que não mostrava rupturas apresentava CID de fratura, por exemplo. Com essas diferenças, as empresas procuravam o Conselho Regional de Medicina (CRM) e questionavam os laudos supostamente assinados pelo legista.

"Há três anos, ele vem tendo essa dor de cabeça e percebeu que havia pessoas que estavam utilizando o carimbo dele, falsificando a assinatura e emitindo esses atestados. Mas, como os atestados, muitas vezes, continham erros tão grosseiros, as empresas que recebiam mandavam para o CRM e para a Corregedoria para ver o que estava acontecendo", comentou o delegado da 9ª DP, Erick Sallum.

Justa causa

Segundo a PCDF, o homem mora em Santa Maria e desviava os talonários de atestado de um conhecido que trabalha em um hospital.

Na casa do investigado, foram encontrados cerca de 80 atestados já carimbados e assinados. A encomenda era feita via WhatsApp e custava R$ 50, mais a taxa de entrega. O pagamento podia ser feito via PIX ou cartão. "Agora, vamos pedir para o Judiciário autorizar a gente a ter acesso ao conteúdo. Nós vamos ver se conseguimos, através das conversas do WhatsApp dele, identificar todo mundo que comprou atestado e avançar a investigação", destacou o delegado sobre os próximos passos da apuração policial.

A apresentação de atestado médico falso, segundo a PCDF, pode levar à demissão por justa causa do trabalhador. Quanto ao responsável, ele responderá por múltiplas falsificações de documento público. Para cada uma, ele pode ser condenado a pena de 2 a 6 anos de prisão.

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